O porta-voz do PAN/Açores defendeu hoje que a antiga Fábrica do Álcool, na Lagoa, nos Açores, “tem de ser devolvida à comunidade”, defendendo que a resolução futura para aquele espaço não passa pela construção de um empreendimento turístico.
“Isto tem de ser devolvido à comunidade e tem de ser usado pela comunidade para que não percamos a nossa história. Aqui poderá ser muito bem um mercado municipal”, afirmou Pedro Neves, cabeça de lista do partido pelos círculos de São Miguel e da compensação às eleições regionais antecipadas de 04 de fevereiro.
O candidato esteve hoje em campanha eleitoral na cidade da Lagoa, ilha de São Miguel, junto à antiga Fábrica do Álcool, a primeira a surgir em São Miguel em 1882.
“Esta vinda aqui hoje tem a ver com uma iniciativa do PAN, que foi aprovada por unanimidade na Assembleia Legislativa Regional, de reabilitação do património cultural e edificado com interesse regional e nacional”, sustentou Pedro Neves.
No entanto, e segundo acrescentou, desde que foi aprovada a iniciativa, há dois anos, o Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) “não fez absolutamente nada” relativamente à fábrica, acrescentando que existe um problema relacionado com a proteção da população, já que a chaminé da antiga unidade fabril “está em avançado estado de degradação” e em risco de “cair para uma zona onde existem residências”.
Pedro Neves realçou a necessidade de se “salvaguardar o património cultural” e histórico daquela fábrica, que está em avançado estado de degradação.
“Isto é do Governo e nós defendemos que haja um protocolo, uma sinergia entre o poder local e o poder regional, para devolvermos a antiga fábrica à comunidade lagoense. A câmara tem de estar envolvida e isso já foi aprovado”, explicou.
O candidato nas eleições do próximo domingo sustentou que “não foi executado” um protocolo entre o Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) e a Câmara Municipal de Lagoa (PS) para que se possa dar um novo uso à antiga fábrica porque o executivo e a autarquia “têm cores politicas diferentes”.
E “não vemos qualquer partilha de informação ou de sinergia para um futuro” da antiga fábrica, lamentou.
“O PAN é totalmente contra que isto seja para um empreendimento turístico. Isto tem de ser devolvido à comunidade”, vincou Pedro Neves.
Além da antiga Fábrica do Álcool, o porta-voz do PAN/Açores, disse que existem na região muitos edifícios abandonados, seja de património com interesse regional, seja de interesse nacional.
“Aliás, a República também não se está a portar bem relativamente ao edificado que é do interesse nacional, do qual nós não temos competência e não podemos fazer absolutamente nada. No máximo podemos pedir à República para que faça esse levantamento, para que dê essa competência à região para conseguirmos fazer a reabilitação”, considerou.
A poucos dias das eleições regionais antecipadas nos Açores, o porta-voz do PAN no arquipélago açoriano disse que o partido não está preocupado com o resultado que sair da votação no domingo, alegando que “os açorianos é que sabem a quem é que devem dar a confiança” e sabem que uma eventual maioria absoluta seria “a pior coisa para a democracia”.
“Sabemos à partida que os açorianos vão dar confiança aos partidos pequenos e, nomeadamente ao PAN, pelo trabalho que nós realizamos e também porque nós fomos a balança na Assembleia Regional para que a direita, neste caso, a coligação, não fizesse tudo o que queria ou bloqueassem iniciativas que foram extremamente importantes”, disse.
Onze candidaturas concorrem às legislativas regionais, com 57 lugares em disputa no hemiciclo: PSD/CDS-PP/PPM (coligação que governa a região atualmente), ADN, CDU (PCP/PEV), PAN, Alternativa 21 (MPT/Aliança), IL, Chega, BE, PS, JPP e Livre.