O deputado do PS/Açores Russell Sousa defendeu hoje uma autonomia arrojada, feita de envolvimento, empenho e superação e “capaz de responder aos principais desafios estruturais” da região.

“Os 50 anos de democracia, que este ano se comemoram, são momento para refletirmos no que está feito, mas, sobretudo, no tanto que é preciso continuar a fazer, sem nunca perder de vista, aquilo que o PS sempre defendeu: a autonomia deve estar ao serviço dos açorianos; deve ser um meio para alcançar as melhores e mais adequadas soluções para os desafios da região”, afirmou Russell Sousa.

O deputado socialista falava hoje na sessão solene do Dia dos Açores, que este ano decorre na sede da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores (ALRAA), na cidade da Horta, ilha do Faial.

No seu discurso, afirmou que “hoje, como no passado, o PS não defende uma autonomia de mão estendida, mas sim uma autonomia arrojada, feita de envolvimento, empenho e superação”.

“Queremos uma autonomia capaz de responder aos principais desafios estruturais da nossa região. Desafios como, por exemplo, o desafio da demografia, mas também desafios como o da coesão. Estes dois desafios, que se conjugam entre si, exigem a concretização de políticas públicas eficazes nas áreas económicas, sociais e territoriais”, defendeu o parlamentar socialista.

Na opinião de Russell Sousa, para que os Açores sejam mais coesos é preciso “que não se esqueçam de uma atenção muito particular às dificuldades que todos os açorianos sentem para encontrar uma casa a preços acessíveis”.

“Para que os jovens possam ficar a viver nas suas ilhas de origem, se assim o desejarem, é preciso haver não só habitação a preços acessíveis, como também uma forte aposta no emprego qualificado, serviços públicos de apoio à infância, aos idosos, cuidados de saúde, escolas, acesso à cultura, entre tantos outros aspetos que não podem, nem devem ser descurados quando se pretende criar medidas de fixação de população”, defendeu.

O parlamentar também aludiu ao incêndio que no dia 04 de maio atingiu o Hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, considerado “a pedra basilar do Serviço Regional de Saúde, que é, em si mesmo, um dos pilares” da autonomia.

“Por isso, todos concordarão, quando dizemos que o Serviço Regional de Saúde deve continuar a ser nosso. É um serviço que a autonomia presta a todos os açorianos, independentemente, da sua ilha de residência. Não negamos que é um serviço que deve, e pode ser, continuamente melhorado, mas é bom que não se perca de vista que é um serviço que, sendo de e para os açorianos, deve continuar a ser só dos Açores”.

E concluiu: “Teremos que reerguer o nosso hospital. E tenho a certeza de que não faltarão ajudas para isso, mas juntos, sem nos dispersarmos, ontem, como hoje, seremos perfeitamente capazes disso”.

As comemorações que hoje decorrem na cidade da Horta são uma organização conjunta da Assembleia Legislativa e do Governo Regional açoriano, na sequência da instituição do Dia da Região Autónoma dos Açores, em 1980, para comemorar a açorianidade e a autonomia.

A data, feriado regional, é celebrada na segunda-feira do Espírito Santo.

Na sessão solene vão ser impostas 31 insígnias honoríficas açorianas, que visam distinguir cidadãos e entidades que se notabilizaram “por méritos pessoais ou institucionais, atos, feitos cívicos ou por serviços prestados à região”.

Serão atribuídas duas insígnias autonómicas de valor, dez insígnias autonómicas de reconhecimento, duas de mérito profissional, três de mérito industrial, comercial e agrícola e 14 insígnias autonómicas de mérito cívico.

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