O BE/Açores defendeu hoje que é urgente encontrar soluções para o presente e futuro do Serviço Regional de Saúde e que o Governo Regional deve parar de o empurrar “para o precipício, do qual se aproxima há muito”.

“Uma das maiores conquistas da democracia foi o direito à saúde. Uma conquista de Abril que a autonomia nos Açores desenvolveu. Estamos longe de ter um Serviço Regional de Saúde (SRS) capaz de responder a todas as necessidades, é certo, mas vemo-lo cada vez mais frágil”, disse o líder do Bloco de Esquerda nos Açores, António Lima.

Segundo o também deputado, o SRS não ficou fragilizado “apenas a partir do incêndio” no Hospital do Espírito Santo (HDES), em Ponta Delgada, no dia 04 de maio.

“O recente desastre no hospital de Ponta Delgada é um duro golpe no SRS”, afirmou o bloquista na sessão solene do Dia dos Açores, que este ano decorre na sede da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores (ALRAA), na cidade da Horta, ilha do Faial.

António Lima saudou “todo o trabalho que fizeram e continuam a fazer os profissionais da saúde e da proteção civil para responder a este grave momento” e expressou “a mais profunda solidariedade para com eles e para com todos os utentes do SRS”.

Para o líder do BE/Açores, “é urgente encontrar soluções para o presente, mas acima de tudo um projeto para o futuro do SRS”.

“É urgente que quem governa os Açores pare de empurrar o SRS para o precipício do qual se aproxima há muito. Basta de discursos vazios sobre a saúde, ao mesmo tempo que nada se faz por ela”, disse.

“É na afirmação da alternativa ao caminho de abandono do SRS que nos trouxe até aqui, que está a sua recuperação e o desenvolvimento dos Açores. Planeamento, investimento, organização, valorização dos seus trabalhadores. Em democracia há sempre alternativa. Estamos aqui para a construir”, acrescentou.

O deputado do BE referiu-se ainda no seu discurso aos 50 anos do 25 de Abril para dizer que são “os 50 anos de liberdade e democracia, do fim da longa noite fascista, que nos permitiu conquistar a autonomia”.

Admitiu de seguida que a democracia que hoje também se celebra “tem muitas falhas, insuficiências” e “está longe de ter dado resposta a todos os problemas dos Açores”.

Na sua opinião, também se assiste “vezes demais, nos últimos tempos, por parte de quem governa os Açores, às tentativas de forçar – por vezes de forma velada, mas também de modo frontal – a que a oposição se demita do seu papel na democracia”.

“Quando quem governa classifica as propostas da oposição como ‘bitaites’ ou ‘politiquice’, enquanto exclui o parlamento e, em particular, a oposição da informação essencial sobre o momento crítico atual, faz um mau serviço à democracia”, concluiu.

As comemorações que hoje decorrem na cidade da Horta são uma organização conjunta da Assembleia Legislativa e do Governo Regional açoriano, na sequência da instituição do Dia da Região Autónoma dos Açores, em 1980, para comemorar a açorianidade e a autonomia.

A data, feriado regional, é celebrada na segunda-feira do Espírito Santo.

Na sessão solene vão ser impostas 31 insígnias honoríficas açorianas, que visam distinguir cidadãos e entidades que se notabilizaram “por méritos pessoais ou institucionais, atos, feitos cívicos ou por serviços prestados à região”.

Serão atribuídas duas insígnias autonómicas de valor, dez insígnias autonómicas de reconhecimento, duas de mérito profissional, três de mérito industrial, comercial e agrícola e 14 insígnias autonómicas de mérito cívico.

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