O líder do Chega/Açores afirmou hoje que o partido não pretende criar instabilidade no arquipélago, admitindo viabilizar o orçamento regional em prol da “responsabilidade”.

“Nós temos que deixar de pensar nisto de criar instabilidade. Nós temos que criar é estabilidade. E a estabilidade é fundamental para os açorianos”, afirmou José Pacheco, em declarações aos jornalistas.

José Pacheco, também líder parlamentar do Chega no parlamento açoriano, falava no Palácio de Sant’Ana, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, após uma audiência com o presidente do Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM), José Manuel Bolieiro, no âmbito do processo de auscultação sobre as antepropostas de Plano e Orçamento Regional para 2025.

O líder regional do Chega realçou “o diálogo” que o partido tem mantido com o Governo açoriano de coligação.

“Não me dá prazer nenhum criarmos um clima de instabilidade”, reforçou o dirigente regional do Chega, assegurando que o partido “quer que os Açores andem para a frente”.

“E as brigas que vamos ter ou as discussões que vamos ter, as desavenças que possamos ter, vão ter que ser feitas internamente com o Governo Regional”, disse ainda, garantindo que “as coisas têm corrido” no diálogo mantido com o executivo açoriano.

José Pacheco adiantou, no entanto, que o Chega/Açores tem “muito mais para propor e negociar” com o Governo Regional.

Não vale a pena criar um clima de instabilidade. Os açorianos não merecem isso. Merecem que os Açores andem para a frente”, vincou.

Entre as preocupações deixadas ao presidente do Governo Regional, José Pacheco assinalou as questões sociais e disse ter alertado também “para outras questões que vão mexendo com a economia”.

“Nós não estamos contra os apoios sociais para quem precisa. E isto que fique muito claro. Pelo contrário, quem precisa está a receber pouco, porque o bolo está a ser dividido por todos. Nós queremos é que, quem realmente precisa, tenha até uma majoração”, explicou.

Para o presidente do Chega/Açores, a região não pode “continuar a ter assistentes sociais a empurrar as pessoas para o Rendimento Social de Inserção (RSI) e para os presidentes de Junta”.

José Pacheco criticou “a retórica do PS e do Bloco de Esquerda”, partidos que afirmam que “as pessoas iam a procura de emprego quando nem sequer estão inscritas nos centros de emprego”.

O deputado disse ainda que o Chega vai dar um “passo em frente” na habitação, com a apresentação de um projeto para que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) “possa ser executado sem entraves”

“Temos uma data de terrenos abandonados a criar mato e que nada se faz porque há burocracia. Patetices do proibir e proibir”.

Por outro lado, avançou ainda que o Chega/Açores está “a trabalhar no sentido de converter a taxa de audiovisual nos Açores para a proteção civil e, diretamente, será para apoiar as corporações e associações de bombeiros”.

O executivo saído das eleições legislativa antecipadas de 04 de fevereiro Governa a região sem maioria absoluta no parlamento açoriano e, por isso, necessita do apoio de outro partido ou partidos com assento parlamentar para aprovar as suas propostas.

No sufrágio de fevereiro, PSD, CDS-PP e PPM elegeram 26 deputados, ficando a três da maioria absoluta. O PS é a segunda força no arquipélago, com 23 mandatos, seguido do Chega, com cinco. BE, IL e PAN elegeram um deputado regional cada, completando os 57 eleitos.

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