As alterações climáticas estão hoje em destaque na campanha para as legislativas regionais de domingo do PAN/Açores, que realiza um contacto com os eleitores no Nordeste, um concelho que tem sido fustigado por alguns fenómenos climáticos extremos.

“É uma campanha de rua, para estar junto da população, mas além disso também temos um mote que tem a ver com as alterações climáticas e que tem a ver com o Fundo Regional do Ambiente, que foi uma iniciativa do PAN, o qual foi chumbado na última legislatura, e tendo em conta que nos Açores somos fustigados cada vez mais, de forma mais recorrente, esse Fundo Ambiental tem que ser muito mais próximo dos cidadãos e é isso que nós pretendemos”, disse Pedro Neves, o cabeça-de-lista do PAN/Açores nestas eleições.

Pedro Neves destacou ainda que na próxima legislatura o partido pretende insistir na criação deste Fundo, que pretende “servir de almofada financeira, sem burocracia, para dar aos cidadãos devido a intempéries”, e de um Regime Geral das Alterações Climáticas, que já propôs, mas que também foi chumbado na última legislatura.

“Fizemos essa apresentação, também como iniciativa, e foi também chumbada pela coligação [PSD/CDS-PP/PPM]. E aqui denota-se que há um afastamento da coligação que foi Governo nos últimos três anos relativamente ao ambiente e às alterações climáticas, como fossem quase negacionistas de que esteja a acontecer nos Açores”, acrescentou.

Pedro Neves considerou que o Nordeste é uma zona muito afetada por alterações climáticas e fenómenos extremos, por ficar na ponta nordeste da ilha de São Miguel, “muito fustigada relativamente às intempéries, depressões, furacões” cada vez mais recorrentes.

O candidato destacou que ainda esta semana uma tromba de água nos Arrifes (Ponta Delgada) fez com que a agua entrasse pela casa das pessoas, com desalojados, e que “isto é cada vez mais é sistemático em quase todas as ilhas”, o que demonstra a importância de um fundo de ajuda direta a estes cidadãos.

Na reta final da campanha, o PAN/Açores estará na quinta-feira na rua nas Furnas, para também abordar problemas ambientais, nomeadamente a eutrofização da Lagoa, e, no dia seguinte, em Ribeira Grande para terminar numa arruada em Ponta Delgada.

O Presidente da República decidiu dissolver o parlamento açoriano e marcar eleições antecipadas para 04 de fevereiro após o chumbo do Orçamento para este ano.

Onze candidaturas concorrem às legislativas regionais, com 57 lugares em disputa no hemiciclo: PSD/CDS-PP/PPM (coligação que governa a região atualmente), ADN, CDU (PCP/PEV), PAN, Alternativa 21 (MPT/Aliança), IL, Chega, BE, PS, JPP e Livre.

Em 2020, o PS venceu, mas perdeu a maioria absoluta, surgindo a coligação pós-eleitoral de direita, suportada por uma maioria de 29 deputados após assinar acordos de incidência parlamentar com o Chega e a IL (que o rompeu em 2023). PS, BE e PAN tiveram, no total, 28 mandatos.

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