O cabeça de lista do JPP por São Miguel às eleições regionais dos Açores, Carlos Furtado, defendeu hoje que tem de haver um ponto de equilíbrio nos apoios à comunicação social privada, para garantir a sua imparcialidade.

“É importante que a comunicação social faça o seu trabalho com imparcialidade e para ser feito com imparcialidade, obviamente há um ponto de equilíbrio. Se [um órgão de comunicação] for demasiado apoiado pelas entidades públicas, pode-se levar à linha de pensamento de que está a ser comprado. Isso depois põe em cheque a posição e o pensamento de cada jornalista”, afirmou Carlos Furtado.

O candidato do Juntos Pelo Povo (JPP), que encabeça os círculos eleitorais de São Miguel e da compensação, falava, em declarações aos jornalistas, à margem de uma reunião com a Câmara de Comércio de Angra do Heroísmo (CCAH), na ilha Terceira.

Dezasseis órgãos de comunicação social privados dos Açores enviaram aos partidos que concorrem às eleições regionais uma carta alertando para a “dramática situação” vivida no setor e sugerindo um “acordo de regime” sobre os apoios a atribuir.

Questionado sobre a missiva, Carlos Futado defendeu que tem de haver “um ponto de equilíbrio em que se consiga prestar um bom serviço à população, por parte dos órgãos de comunicação social, sem que se sintam comprometidos na sua linha editorial”, admitindo que é “um desafio complicado”.

“Uma sociedade é tão elevada quanto o nível de elevação do trabalho da comunicação social que existir”, frisou.

O candidato do JPP disse que “a sociedade mudou bastante” e que é preciso “conseguir manter a população devidamente informada, com imparcialidade”.

“Leva a alguma reflexão sobre o assunto. Podem contar com o JPP. Estamos sensíveis a isso”, apontou, propondo “parcerias entre órgãos de comunicação social”.

A missiva, noticiada hoje pela Antena 1/Açores e a que Lusa teve entretanto acesso, é assinada pelos diários Açoriano Oriental e Correio dos Açores, em representação também dos jornais Diário Insular, Incentivo, Diário dos Açores, Dever, Ilha Maior, Jornal do Pico, Tribuna das Ilhas, e das rádios Atlântida, R80, Rádio Clube de Angra, Asas do Atlântico, Antena Nove, Cais e Rádio Comercial dos Açores.

Referindo o papel da comunicação social como “pilar do regime democrático e da própria autonomia” regional, e sublinhando que o seu trabalho é também de serviço público, os órgãos recordam a existência do programa Promédia, mas pedem outros apoios “vitais para a sua sobrevivência, nomeadamente o apoio aos custos de exploração e produção, que sofreram todos aumentos incomportáveis nos últimos anos”.

Dado não ter sido possível discutir atempadamente uma proposta de decreto legislativo regional sobre os apoios, e para que o tema entre na campanha para as eleições açorianas de 04 de fevereiro, os subscritores querem conhecer as ideias dos partidos sobre o tema e pedem uma audiência com os seus representantes, para expor pessoalmente as suas preocupações.

Onze candidaturas concorrem às legislativas regionais, com 57 lugares em disputa no hemiciclo: PSD/CDS-PP/PPM (coligação que governa a região atualmente), ADN, CDU (PCP/PEV), PAN, Alternativa 21 (MPT/Aliança), IL, Chega, BE, PS, JPP e Livre.

 

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