O coordenador do BE/Açores, António Lima, defendeu hoje “efetivos reforços” no apoio aos ‘media’ regionais, mas sem “qualquer tipo de subjetividade”, preconizando a oferta de uma assinatura para os jovens consumirem jornais.
À margem de uma ação de campanha eleitoral para as legislativas regionais no canil do concelho da Ribeira Grande, em São Miguel, António Lima considerou que o partido está disponível para “ouvir os responsáveis pelos órgãos de comunicação social, as suas preocupações e propostas”.
De acordo com a Antena-1 Açores, 16 órgãos de comunicação social privados dos Açores enviaram aos partidos que concorrem às eleições regionais uma carta alertando para a “dramática situação” vivida no setor e sugerindo um “acordo de regime” sobre os apoios a atribuir.
A missiva, a que Lusa teve entretanto acesso, é assinada pelos diários Açoriano Oriental e Correio dos Açores, em representação também dos jornais Diário Insular, Incentivo, Diário dos Açores, Dever, Ilha Maior, Jornal do Pico, Tribuna das Ilhas, e das rádios Atlântida, R80, Rádio Clube de Angra, Asas do Atlântico, Antena Nove, Cais e Rádio Comercial dos Açores.
Referindo o papel da comunicação social como “pilar do regime democrático e da própria autonomia” regional, e sublinhando que o seu trabalho é também de serviço público, os órgãos recordam a existência do programa Promédia, mas pedem outros apoios “vitais para a sua sobrevivência, nomeadamente o apoio aos custos de exploração e produção, que sofreram todos aumentos incomportáveis nos últimos anos”.
Nas suas declarações de hoje, o candidato do Bloco refere que no programa eleitoral do partido já foram inscritas “medidas concretas: Por um lado, garantir efetivos reforços do apoio à comunicação social, que têm que ser objetivos e não sujeitos a qualquer tipo de subjetividade ou pressão política”.
Os apoios, de acordo com o BE/Açores, devem ser direcionados aos custos de produção, salvaguardando que, no caso da imprensa, deve ser feita “a oferta de uma assinatura aos jovens dos 15 aos 24 anos para que possam, de livre vontade, assinar um jornal local ou regional”.
O Presidente da República dissolveu o parlamento açoriano e marcou eleições antecipadas para 04 de fevereiro após o chumbo do Orçamento para este ano. Onze candidaturas concorrem às legislativas regionais: PSD/CDS-PP/PPM (coligação que governa a região atualmente), ADN, CDU (PCP/PEV), PAN, Alternativa 21 (MPT/Aliança), IL, Chega, BE, PS, JPP e Livre.
Em 2020, o PS venceu, mas perdeu a maioria absoluta, surgindo a coligação pós-eleitoral de direita, suportada por uma maioria de 29 deputados após assinar acordos de incidência parlamentar com o Chega e a IL (que o rompeu em 2023). PS, BE e PAN tiveram, no total, 28 mandatos.