O cabeça de lista da coligação PSD/CDS-PP/PPM às legislativas regionais açorianas, José Manuel Bolieiro, começou hoje a campanha eleitoral em Rabo de Peixe a distribuir “santinhos” e a reconhecer a importância da estabilidade e de obter maioria absoluta.

José Manuel Bolieiro, atual presidente do Governo Regional e líder do PSD/Açores, iniciou a campanha com uma ação de rua em Rabo de Peixe, Ribeira Grande, São Miguel, onde defendeu a importância da estabilidade para a região.

“O dia mais difícil mesmo é quando queremos fazer bem e não nos deixam. E por isso é que eu aqui, nesta campanha eleitoral, peço o grau de confiança do povo para poder fazer o melhor por ele, com estabilidade, para não ficar interrompido, para que não haja, sobretudo, bloqueios ao meu trabalho, ao trabalho ao serviço do povo”, disse Bolieiro aos jornalistas, numa referência ao facto de o atual Governo não ter cumprido a legislatura.

Questionado sobre se o objetivo é conseguir maioria absoluta, começou por responder que a coligação que lidera representa a “afirmação de uma alternativa para os 24 anos consecutivos do Governo do PS”.

“E, por isso, o que eu preciso é que, no parlamento, haja uma maioria estável, que só pode ser a absoluta, (…) para garantir a duração dos mandatos até ao fim, como deve ser numa democracia madura”, justificou.

Também disse que, no atual momento, com a transição da Agenda 2020 para a 2030, com a execução do Plano de Recuperação e Resiliência e com o Conselho de Finanças Públicas a observar que, em 2022, os Açores tiveram “um forte crescimento económico”, é “bom não parar esse ritmo”.

“Eu estou comprometido com essa vontade de servir também o meu povo através do seu desenvolvimento”, garantiu durante a distribuição de cumprimentos, folhetos e de pedidos de voto.

A primeira ação da campanha da coligação PSD/CDS-PP/PPM começou pelas 09:45, no largo da igreja de Rabo de Peixe, tendo a comitiva encabeçada por Bolieiro percorrido algumas ruas do centro da vila, incluindo o bairro do Caranguejo, onde residem pescadores.

Quando falava com a proprietária de um café, justificou que quis ali começar simbolicamente a campanha para “combater o anátema que às vezes querem impor” localmente.

“E nós queremos ter um projeto político e de governação (…) de puxar para cima, elevador social e cultural, através da promoção do povo e da nossa identidade”, afirmou.

No final do diálogo, como fez noutros locais, Bolieiro desejou felicidades e deixou um postal com a sua fotografia: “Deixo-lhe aqui o meu cartão, que chamam, na gíria, o ‘santinho’”.

Mais tarde explicaria que os postais com a sua fotografia são localmente designados por “santinhos”, porque algumas pessoas os guardam em casa “com carinho”, como se fossem pagelas de santos católicos.

O Presidente da República decidiu dissolver o parlamento açoriano e marcar eleições antecipadas para 04 de fevereiro após o chumbo do Orçamento para este ano.

Onze candidaturas concorrem às legislativas regionais, com 57 lugares em disputa no hemiciclo: PSD/CDS-PP/PPM (coligação que governa a região atualmente), ADN, CDU (PCP/PEV), PAN, Alternativa 21 (MPT/Aliança), IL, Chega, BE, PS, JPP e Livre.

Em 2020, o PS venceu, mas perdeu a maioria absoluta, surgindo a coligação pós-eleitoral de direita, suportada por uma maioria de 29 deputados após assinar acordos de incidência parlamentar com o Chega e a IL (que o rompeu em 2023). PS, BE e PAN tiveram, no total, 28 mandatos.

 

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