O cabeça de lista do partido Juntos Pelo Povo (JPP) pelos círculos de São Miguel e de compensação às eleições legislativas regionais dos Açores defendeu hoje a valorização da agricultura com forte apoio à exportação.

“Algumas [pessoas] pensam que a agricultura é uma atividade menor, mas não é, deve ser valorizada”, afirmou Carlos Furtado, na Feira de Santana, no concelho da Ribeira Grande, ilha de São Miguel.

O candidato alertou que, “se a agricultura não for acompanhada, acarinhada e valorizada”, dentro de pouco tempo os Açores deixam de ter esta atividade.

“Continuar a ser produtor agrícola é um desafio, é quase uma teimosia”, destacou Carlos Furtado, também líder do JPP/Açores, referindo estar ao lado dos produtores e garantindo que o partido tudo fará “para que se continue a fazer agricultura nos Açores e, se possível, cada vez mais diversificada”.

O candidato reconheceu que o arquipélago tem excelentes produtos, da carne aos produtos derivados de leite, mas “não [lhes] tem sido dada a devida atenção”.

“Aproximadamente metade da produção regional de leite é transformada em produtos de marca branca, de primeiro preço, e isso é um erro grave”, exemplificou.

Admitindo que esta “possa ser uma medida temporária, até que se consiga elevar os padrões do produto em termos de exportação para mercados que consigam pagar a diferenciação de produto”, Carlos Furtado alertou que enquanto a região continuar “a embalar leite para vender a produto de primeiro preço, e queijo também nas mesmas condições”, vai “ter sempre uma economia rastejante”.

“E quem sofre é sempre o produtor, que é o elo mais fraco desta cadeia”, frisou, apelando para “um forte apoio à exportação dos produtos regionais”.

A este propósito, referiu que esta não é “matéria que caiba nas competências do produtor, nem sequer de uma associação de produtores”, mas antes deve ser um “desígnio regional”.

Carlos Furtado apontou a necessidade de se potenciar os produtos da agropecuária dos Açores em feiras internacionais e, dessa forma, fazer com que entre mais dinheiro na economia regional, mantendo a atividade viva.

O Presidente da República decidiu dissolver o parlamento açoriano e marcar eleições antecipadas para o próximo domingo, dia 04 de fevereiro, após o chumbo do Orçamento para este ano. Onze candidaturas concorrem às legislativas regionais, com 57 lugares em disputa no hemiciclo: PSD/CDS-PP/PPM (coligação que governa a região atualmente), ADN, CDU (PCP/PEV), PAN, Alternativa 21 (MPT/Aliança), IL, Chega, BE, PS, JPP e Livre.

Em 2020, o PS venceu, mas perdeu a maioria absoluta, surgindo a coligação pós-eleitoral de direita, suportada por uma maioria de 29 deputados após assinar acordos de incidência parlamentar com o Chega e a IL (que o rompeu em 2023). PS, BE e PAN tiveram, no total, 28 mandatos.

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