O candidato do PS a presidente do Governo dos Açores nas eleições regionais defendeu hoje um novo Plano Regional de Saúde e um levantamento das necessidades de profissionais neste setor, para valorizar e incentivar a sua fixação no arquipélago.
Aos jornalistas, em Ponta Delgada, após uma reunião com o Sindicato Independente dos Médicos, Vasco Cordeiro salientou que é essencial “um novo Plano Regional de Saúde, devidamente calendarizado, com objetivos definidos, que permita monitorizar a forma como nessa área as coisas estão a evoluir”.
“O último plano julgo que terminou a sua vigência em 2020 ou 2021 e, portanto, esta é uma necessidade”, frisou o cabeça de lista pelos círculos eleitorais de São Miguel e de compensação.
Vasco Cordeiro disse ainda que um dos grandes desafios do Serviço Regional de Saúde prende-se com os recursos humanos, com o PS a propor fazer um levantamento das necessidades, para, em função dos dados, “poder definir aquela que é a política de valorização remuneratória e política de atratividade e de incentivos à fixação no conjunto de profissões em que a região é mais deficitária”.
“Precisamos de ter uma visão a médio e longo prazos de quais vão ser as nossas necessidades e depois definir, a partir daí, medidas para conseguir captar esses profissionais e conseguir fixá-los cá”, afirmou.
O candidato, também líder do PS/Açores e que foi presidente do executivo regional entre 2012 e 2020, realçou ainda a iniciativa “Hospital Digital”, que deve ser “posta em prática com mais eficácia”.
“Constitui um potencial imenso de melhorar a qualidade de cuidados de saúde e a prestação de cuidados de saúde (…) em todo o Serviço Regional de Saúde, sobretudo nas ilhas que não têm hospital”, sustentou, referindo que o impacto que pode ter “na vida daqueles que necessitam de se socorrer do Serviço Regional de Saúde”.
Por outro lado, Vasco Cordeiro lembrou que o Serviço Regional de Saúde tem mais de 40 anos, preconizando que a sua organização deve ser revisitada “à luz daquelas que são novas exigências” ou “novos desafios”, como a questão da toxicodependência.
“Esse é um objetivo que deve ser feito na perspetiva mais alargada possível” com propostas dos vários partidos, adiantou, garantindo que esta é uma das medidas que o PS se propõe realizar.
Abordando a dívida a fornecedores dos três hospitais da região – a setembro de 2023 na ordem dos 150 milhões de euros -, observou que “todas as medidas que possam contribuir para uma melhor gestão não podem constituir uma desculpa para aquilo que é a necessidade de, pelo menos no curto prazo, dotar o Serviço Regional de Saúde de mais recursos, para poder sanar essas situações”.
“Mas parece-me importante que, numa perspetiva global, esta questão seja feita não propriamente na questão de poupança, mas de reafetação de recursos que podem ajudar a componente da prestação de cuidados de saúde, que é o essencial”, acrescentou.
O Presidente da República decidiu dissolver o parlamento açoriano e marcar eleições antecipadas para 04 de fevereiro após o chumbo do Orçamento para este ano. Onze candidaturas concorrem às legislativas regionais, com 57 lugares em disputa no hemiciclo: PSD/CDS-PP/PPM (coligação que governa a região atualmente), ADN, CDU (PCP/PEV), PAN, Alternativa 21 (MPT/Aliança), IL, Chega, BE, PS, JPP e Livre.
Em 2020, o PS venceu, mas perdeu a maioria absoluta, surgindo a coligação pós-eleitoral de direita, suportada por uma maioria de 29 deputados após assinar acordos de incidência parlamentar com o Chega e a IL (que o rompeu em 2023). PS, BE e PAN tiveram, no total, 28 mandatos.