O coordenador da Iniciativa Liberal nos Açores e candidato às eleições regionais, Nuno Barata, insistiu hoje na necessidade de privatização da companhia aérea Azores Airlines, uma das exigências do partido para viabilizar o orçamento da região de 2023.

“Não faz sentido termos a Azores Airlines extremamente deficitária, que nos custa cerca de 50 a 60 milhões de euros por ano de prejuízos, e prejudicar a entrada desses parceiros internacionais que querem entrar no mercado. Defendemos intransigentemente a privatização da Azores Airlines”, afirmou, em declarações aos jornalistas.

Nuno Barata, deputado único da Iniciativa Liberal no parlamento dos Açores, candidata-se novamente como cabeça de lista por São Miguel e pelo círculo de compensação, pelo qual foi eleito, nas eleições legislativas regionais de 04 de fevereiro, marcadas antecipadamente devido ao chumbo do orçamento da região para 2024.

Em março de 2023, Nuno Barata rasgou o acordo de incidência parlamentar que assinou com o PSD, que governou a região nos últimos três anos em coligação com o CDS-PP e o PPM, acabando por votar contra a proposta de orçamento para 2024.

No ano anterior, o deputado fez depender o seu voto favorável da aplicação do “endividamento zero” e da privatização da Azores Airlines, do grupo SATA, processo que chegou a ser iniciado, mas que o executivo açoriano suspendeu com a dissolução da Assembleia Legislativa.

Na ilha Terceira, acompanhado pelo líder nacional do partido, Rui Rocha, o candidato visitou os alojamentos turísticos da empresa Azores Touch e ouviu queixas sobre a frequência e o preço das ligações aéreas.

Questionado no final, Nuno Barata reiterou a necessidade de privatização da Azores Airlines e rejeitou uma intervenção em empresas privadas.

“Do ponto de vista das acessibilidades aéreas, São Miguel e Terceira viram os toques semanais reduzidos por via de um operador estrangeiro e de uma empresa privada. Nós entendemos que não devemos interferir nos negócios dos privados”, apontou, referindo-se à companhia de baixo custo Ryanair, que reduziu o número de ligações semanais no inverno para os Açores.

Confrontado também com o crescimento desigual do turismo nas diferentes ilhas, o coordenador regional da IL alegou que “não pode ser igual” porque “são mercados completamente diferentes”, mas defendeu que é preciso “encurtar um pouco a sazonalidade”.

“Acho que a única coisa que a região pode fazer, de facto, com o dinheiro público é investir na notoriedade dos nossos nove destinos, utilizando as ferramentas que são conhecidas de uma forma mais eficaz para trazer estas pessoas aos Açores”, apontou.

A empresa que os candidatos liberais visitaram, em Angra do Heroísmo, é, para Nuno Barata, “um exemplo do que deve ser feito nos Açores” porque é um empreendimento turístico, com rent-a-car, associada a uma exploração agrícola e a uma queijaria.

“O setor do leite e laticínios precisa de valorizar os seus produtos finais. Esta é uma boa aposta desta valorização”, frisou.

“A nossa aposta é diferente, é investir menos e usar menos os fundos comunitários na promoção de tentar ganhar escala, mas valorizar os nossos produtos, desde o setor primário ao setor terciário”, acrescentou.

Onze candidaturas concorrem às legislativas regionais dos Açores: PSD/CDS-PP/PPM, ADN, CDU (PCP/PEV), PAN, Alternativa 21 (MPT/Aliança), IL, Chega, BE, PS, JPP e Livre.

 

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