O líder do PS/Açores, Vasco Cordeiro, disse hoje que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, “deve ser coerente” na sequência da crise desencadeada na Madeira, cujo presidente Regional, Miguel Albuquerque (PSD), anunciou o abandono do cargo.

“A mesma solução que ele [Marcelo Rebelo de Sousa] aplicou no passado, nomeadamente em termos nacionais quando houve a demissão do dr. António Costa, que aplique também na Madeira, que é a solução coerente”, afirmou Vasco Cordeiro aos jornalistas, num jantar comício no concelho de Ponta Delgada.

Vasco Cordeiro, candidato a presidente do Governo Regional dos Açores nas eleições legislativas regionais de 04 de fevereiro, salientou que se trata de “uma questão de coerência também da parte de quem tem o poder para intervir nessa situação, no caso o sr. Presidente da República”.

Hoje, o presidente do Governo da Madeira, Miguel Albuquerque (PSD), anunciou que vai abandonar o cargo, dois dias depois de ter sido constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção na região autónoma.

Miguel Albuquerque foi constituído arguido, num inquérito que investiga suspeitas de corrupção, abuso de poder, prevaricação, atentado ao Estado de direito, entre outros crimes.

O processo envolve também dois empresários e o presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado, os três detidos numa operação policial desencadeada a 24 de janeiro na Madeira e em várias cidades do continente.

Vasco Cordeiro, que é o cabeça de lista pelos círculos de São Miguel e de compensação, referiu a necessidade de que “tudo se esclareça, para que não reste a menor sombra de dúvida em matérias tão importantes, para benefício da justiça, para benefício também da democracia”.

“E, obviamente, que nesta situação também é importante nunca esquecermos que todos têm direito à presunção da inocência”, adiantou o socialista.

Sobre a decisão do social-democrata Miguel Albuquerque, Vasco Cordeiro disse que o presidente do executivo madeirense o fez “em coerência com aquilo que já havia referido”.

“Agora, resta-me é fazer votos que tudo se esclareça, porque acho é importante, tendo em conta aquilo que está em causa”, insistiu.

Questionado se a decisão de Miguel Albuquerque foi acertada, o líder do PS/Açores respondeu que cabe ao chefe do executivo da Madeira “ajuizar isso”.

“Acho que o que está em causa é uma decisão que facilita, naturalmente, o esclarecimento dessa situação ou que contribui para o esclarecimento de uma situação”, acrescentou.

Em novembro, o primeiro-ministro, António Costa, anunciou a demissão na sequência de uma investigação do Ministério Público no Supremo Tribunal de Justiça, no âmbito da Operação Influencer.

Perante a crise política nacional aberta com esta demissão, o Presidente da República anunciou que iria dissolver o parlamento e marcar eleições legislativas antecipadas para 10 de março.

 

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