Susana Mira Leal, Elias Pereira, Maria João Carreiro e Pedro Nascimento Cabral

A reitora da Universidade dos Açores (UAc) anunciou hoje que espera iniciar as obras para a construção da nova residência universitária em Ponta Delgada durante fevereiro, uma obra que vai custar cerca de 19 milhões de euros.

Durante a cerimónia do 49.º aniversário da instituição, Susana Mira Leal destacou que a academia açoriana prevê um reforço de 270 camas até 2027 (50 na Horta, 100 em Angra do Heroísmo e 120 em Ponta Delgada) devido à construção das novas residências universitárias.

“Concluímos com sucesso os processos de contratualização das novas residências universitárias de Angra do Heroísmo e da Horta, cujas obras esperamos que arranquem ainda este mês. Ainda ontem [quarta-feira] procedemos à assinatura do contrato para a construção da residência de Ponta Delgada, que esperamos que se possa iniciar ainda durante o mês de fevereiro”, adiantou a reitora.

Segundo Susana Mira Leal, que falava na sessão que decorreu na aula magna em Ponta Delgada, a residência de Ponta Delgada representa um investimento global de 19 milhões de euros, 12 dos quais provenientes do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Em outubro de 2024, a reitora confirmou o relançamento do concurso para a construção da residência de Ponta Delgada, alertando tratar-se da última oportunidade para concretizar o projeto, após a exclusão do único concorrente por incumprimento do caderno de encargos.

“O processo navegou águas paradas. Atravessou algumas tempestades, mas atracou em bom porto. Impõe-se agora velocidade cruzeiro”, afirmou hoje a responsável pela universidade açoriana, que saudou a colaboração dos municípios na construção das infraestruturas.

Para dar resposta “no imediato”, avançou, foram estabelecidos “acordos com entidades externas” para assegurar a “oferta de camas adicionais” em Ponta Delgada e Horta.

A responsável da UAc destacou os projetos realizados em 2024 que permitiram a internacionalização da academia e lembrou a criação de três novos cursos de mestrado em “áreas de elevado interesse” para a região, ao nível da psicologia clínica, da gestão de destinos turísticos e agricultura biológica.

Na ocasião, a reitora revelou a imagem gráfica das celebrações dos 50 anos da UAc, prometendo um programa com seminários e conferências sobre “temas emergentes”, uma feira de ciência, exposições, festivais culturais e a realização de um estudo sobre o impacto da universidade no arquipélago.

Na cerimónia, o presidente do conselho geral da UAc, Elias Pereira, alertou que o “financiamento regular e estável” é a “preocupação nuclear” da universidade e criticou a fórmula de financiamento do ensino superior previsto para depois de 2027.

“A partir daquele ano, 2027, que está a chegar, apenas um terço do financiamento será do ministério da tutela e o restante pelo financiamento do Governo Regional e demais entidades. Eis, pois, que aqui reside o problema para a UAc derivado de uma lei da República que não vislumbra o país de forma heterogénea”, visou.

A instituição pública de ensino superior é composta por três polos, localizados nas ilhas de São Miguel (cidade de Ponta Delgada), Terceira (Angra do Heroísmo) e Faial (Horta).

 

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