A Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, nos Açores, prevê recuperar 449 habitações sociais, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), até 2026, das quais 69 já foram entregues, revelou hoje.
“Nós tínhamos 449 habitações para reabilitar e estávamos com alguma preocupação se não existiam empresas que nos pudessem realizar todo este investimento. O que não aconteceu. Está a superar as nossas expectativas. Temos 14 empreitadas a decorrer”, avançou hoje aos jornalistas a vereadora do município de Angra do Heroísmo Fátima Amorim.
A autarca visitou hoje as obras que estão a decorrer no bairro social da Terra Chã, onde está prevista a recuperação de 34 habitações, num montante de cerca de 3,3 milhões de euros.
No total, a autarquia de Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, apresentou candidaturas ao Programa de Apoio ao Acesso à Habitação 1.º Direito, financiado pelo PRR, para recuperar 449 habitações sociais, num valor que ronda os 69 milhões de euros.
Segundo Fátima Amorim, com exceção do bairro do Lameirinho, um dos maiores do concelho, em todos os bairros da responsabilidade do município estão a decorrer obras ou já foram entregues habitações.
“As empresas estão a cumprir prazos e estão a conseguir, mesmo com dificuldades de mão de obra, que muitas vezes existem, concretizar este investimento, que é muito elevado. Estamos a falar à volta de 69 milhões de euros”, frisou.
Ainda no âmbito do PRR, foram submetidas 139 candidaturas de privados ao 1.º Direito, em Angra do Heroísmo, no entanto, ainda só foram aprovadas 10.
“A celeridade na aprovação das candidaturas não tem sido a que nós desejamos. Tem sido lenta”, admitiu a autarca, que disse já se ter reunido com o presidente do IHRU.
Além da reabilitação destas 449 casas, o município apresentou, recentemente, uma candidatura ao programa para a construção de 40 novas habitações, cujo concurso deverá ser lançado “em breve”, para que estejam concluídas até 2026.
“Esta candidatura não está aprovada, mas nós vamos lançar o concurso, mesmo sem ter aprovação por parte do IHRU [Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana], porque é uma necessidade que se vive no concelho de Angra do Heroísmo”, avançou a autarca.
As habitações, que serão construídas nas freguesias da Conceição e de Santa Luzia, nos arredores da cidade, serão destinadas, sobretudo, aos jovens, não estando ainda definido se na modalidade de venda a preços controlados ou de renda com opção de compra.
Segundo Fátima Amorim, há “cada vez mais pessoas a pedir o apoio ao arrendamento” em Angra do Heroísmo.
“Na mesma altura em que solicitam o apoio ao arrendamento, porque sabemos os valores que as rendas das casas no concelho estão a atingir, também nos apresentam uma candidatura para uma habitação da câmara municipal. Já temos uma lista de espera com alguma dimensão e queremos resolver muitas das situações que lá estão”, apontou.