O grupo aeroporto do Pico (GAPix) discorda das conclusões do estudo prévio para ampliação da pista e alega que uma análise detalhada ao documento comprova que a ampliação “é possível” com benefícios para a operacionalidade, foi hoje divulgado.
Após uma análise ao estudo, o GAPix refere que os dados “comprovam que a ampliação da pista do Aeroporto do Pico para Oeste em 690 metros é possível, com comprováveis benefícios para a sua operacionalidade e sem necessidade de rotação do eixo da pista”, adianta o grupo, em comunicado.
Para o GAPix, “a ampliação da pista do Aeroporto do Pico é técnica e operacionalmente possível, falta ser politicamente exequível”, alegando que os obstáculos identificados pelo executivo condicionam a operacionalidade.
“Tendo este estudo prévio sido tornado público há 4 meses, depois de várias bancadas parlamentares da Assembleia Legislativa Regional terem pedido acesso ao estudo, não se compreende como só agora uma das bancadas (PS Pico) tenha feito a necessária análise técnica e questionado as conclusões do estudo prévio, com o necessário sentido crítico que a questão impõe”, lê-se num comunicado enviado pelo GAPix.
Apesar do GAPix discordar das conclusões do estudo prévio, o grupo alega que “o conteúdo detalhado” da análise “dá a resposta de forma clara em relação à solução tecnicamente acertada para ampliação”.
O GAPix reitera que o investimento irá melhorar as descolagens e aterragens para todos os modelos de avião, o que permitirá reduzir cancelamentos, alertando para as atuais dificuldades, em caso de pista molhada e ventos.
Por isso, “o alongamento dá margem para permitir a aproximação e a aterragem em condições mais difíceis”.
“O Governo dos Açores simplesmente acatou as recomendações das conclusões do estudo prévio (…) sem ir ao cerne da questão e analisar minuciosamente todo o conteúdo, quando existem quadros qualificados no seio da Secretaria Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas (SRTMI) para o fazer”, aponta.
De entre os vários cenários de ampliação considerados no estudo prévio, a “escolha acertada” do GAPix recai no cenário que contempla um alongamento de 690 metros para Oeste, com subida da cabeceira de descolagem até à cota 40,0 metros (aumento do declive final da pista com elevação da cabeceira em 2,5 metros) e corte de árvores”.
“No nosso entendimento, esta é a solução que traz mais vantagens, sem onerar demasiado o custo final”, justifica o grupo.
Em 04 de dezembro, o presidente do Governo dos Açores afirmou que a ampliação da pista do aeroporto do Pico vai estar dependente do estudo que será conhecido até ao final do ano, rejeitando tomar “decisões precipitadas e estúpidas”.
“No novo estudo, que no caso apontam para a eventual necessidade de reorientação da pista, [é preciso] ver que potencial é que tem. Nós queremos sempre o melhor, mas tomar decisões precipitadas e estúpidas é que não farei, porque elas custam dinheiro”, declarou José Manuel Bolieiro, após uma reunião com o Conselho de Ilha integrada na visita estatutária do executivo ao Pico este mês.
Questionado se mantém o compromisso de aumentar a pista, o presidente do Governo Regional respondeu que o executivo está a “trabalhar para ver a modalidade” que assegura a “melhoria da operabilidade” da ilha.
Em 15 de julho, a secretária regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas anunciou que a ampliação da pista do aeroporto do Pico em mais 700 metros ia provocar “mais obstáculos” do que os que existem atualmente, segundo um estudo.
Quinze dias depois, foi anunciada a adjudicação de um estudo complementar com vista à ampliação da pista daquele aeroporto.
O presidente do Governo dos Açores garantiu que esse estudo complementar vai permitir “conhecer o potencial” da extensão da infraestrutura.
“O primeiro estudo implicava um simples prolongamento da atual pista que não dava garantias de favorecer a operabilidade da pista”, vincou.
Em 08 de novembro de 2021, José Manuel Bolieiro anunciou o arranque dos trabalhos de ampliação da pista do aeroporto do Pico, com expropriações e definição da servidão aeronáutica para evitar futuras onerações do projeto, considerando o aumento da infraestrutura como um objetivo do Governo Regional.