O grupo parlamentar do PS/Açores disse hoje que o arquipélago continua a ser a região “mais pobre e desigual do país”, de acordo com o mais recente relatório do Instituto Nacional de Estatística (INE).

Segundo um comunicado do partido, a situação verifica-se nos Açores apesar de, por comparação com o ano transato, se registar uma “ligeira descida nos indicadores de pobreza e desigualdade”.

“Ao contrário do panorama nacional, os Açores ainda não recuperaram os níveis de 2020 em dois indicadores-chave: A taxa de risco de pobreza na região, que era de 21,9% em 2020 e que ainda é de 24,2% em 2023, enquanto no país passou de 18,4% para 16,6%”, afirma a vice-presidente do grupo parlamentar do PS/Açores, Marta Matos, citada na nota.

Ainda de acordo com a parlamentar socialista, por sua vez, “a desigualdade social, medida pelo Coeficiente de Gini, em 2020, nos Açores, registava-se nos 33%, estando ainda, em 2023, acima desse valor, com 33,8%”, quando, no país, esse indicador registou uma redução, no mesmo período, “de 33% para 31,9%”.

Além disso, o PS aponta que a taxa de privação material severa de 8,2% registada na Região Autónoma dos Açores é “quase o dobro da média nacional, que se situa nos 4,3%”.

Para Marta Matos, estes números “são o reflexo de uma governação sem estratégia e sem visão para combater a pobreza”.

“Passados quatro anos, o governo da coligação [PSD/CDS-PP/PPM] ainda não conseguiu apresentar um plano eficaz, enquanto desmantelou a Estratégia Regional de Combate à Pobreza e Exclusão Social, desenvolvida pelo PS para vigorar até 2028”, salientou.

A socialista referiu também que o Plano Regional para a Inclusão Social e Cidadania (PRISC), previsto para 2024-2028, ainda não é conhecido.

“Neste ritmo, só teremos um plano em 2025, deixando os açorianos sem qualquer orientação política na área social há quase três anos e meio”, afirmou.

Para a parlamentar do PS, os dados revelam o fracasso de um governo regional que “prefere medidas avulsas, cortes em prestações sociais e alianças políticas de curto prazo”, dando como exemplo que “priorizar o acesso a creches apenas para crianças cujos pais trabalham é ignorar a realidade de quem mais precisa”.

“O governo [regional] tem de parar de usar a desculpa da ‘pesada herança’ e começar a assumir a responsabilidade pelo que não faz. Os açorianos merecem respostas eficazes e uma governação que priorize as suas necessidades”, concluiu Marta Matos.

 

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