O deputado do PSD/Açores à Assembleia da República, Paulo Moniz, participou ontem numa reunião em Bruxelas, no âmbito do Grupo de Controlo Parlamentar Conjunto sobre a Europol, onde defendeu “um combate mais abrangente e eficaz ao flagelo das drogas sintéticas, globalmente, mas também em Portugal e nos Açores.”

Na sua intervenção dirigida à Diretora de Segurança Interna da União Europeia, Floriana Sipala, Paulo Moniz destacou a gravidade do problema das drogas sintéticas, chamando atenção para a importância de utilizar ferramentas de combate ao cibercrime, sobretudo na “dark web”, para travar a comercialização das substâncias envolvidas na produção destas drogas. “Devo alertar que um dos mais graves problemas que nós temos é a incapacidade de atualizar com rapidez e dinâmica sobre aquilo que são substâncias consideradas crime na execução e na manufatura das drogas sintéticas”, afirmou.

O deputado sublinhou o impacto devastador destas substâncias em contextos insulares como os Açores, onde o acesso se faz muitas vezes por via marítima. “É fundamental que a Europol dê um passo em frente no combate ao cibercrime e ao comércio através da base internet, que tem tido particular ação gravosa no caso de ilhas como os Açores, onde por diversos meios marítimos e outros, estes compostos para drogas sintéticas chegam”, destacou Paulo Moniz. “São substâncias que, num meio pequeno, fazem um grande estrago social”, acrescentou, frisando que o problema se torna numa verdadeira “calamidade” que exige controle na origem.

Em resposta, Floriana Sipala reconheceu a urgência do tema, descrevendo-o como “uma questão muito preocupante”, dado que as drogas sintéticas “são comercializadas a nível global, mas afetam em particular, e gravemente, certas comunidades locais”. Sipala concordou com a necessidade de reforçar a ação contra os precursores químicos, referindo esforços de cooperação com a China e a Índia, onde se originam a maioria dessas substâncias. “Há um diálogo em curso e permanente com a China, onde tratamos destas questões e estamos em contato estreito com os colegas dos Estados Unidos, porque, como sabemos, sentem agora os efeitos gravíssimos da divulgação do Fentanil”, explicou.

Para fortalecer este combate, a Diretora de Segurança Interna sugeriu também a implementação de “um sistema de alerta precoce para conseguirmos detetar numa fase mais inicial a introdução de novas datas que importa proibir”. Além disso, destacou a importância de colaborar com a Coligação Global de Combate às Drogas Sintéticas, liderada pelos EUA, que conta com a participação de vários países da União Europeia e de outras regiões afetadas pelo problema.

 

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