Marina Gonçalves, vice-presidente do grupo parlamentar do PS na Assembleia da República

A vice-presidente do grupo parlamentar do PS na Assembleia da República Marina Gonçalves afirmou hoje que o “problema dos jovens” reside nos salários e no acesso à habitação, defendendo que é necessário exigir investimento na habitação pública.

“Nós hoje aqui não ouvimos falar de medidas fiscais para os mais jovens, porque o problema dos jovens reside, precisamente, nos salários, no acesso à habitação ou na fruição cultural. É precisamente nestas dimensões que temos de responder”, afirmou a também ex-ministra da Habitação.

Marina Gonçalves falava enquanto oradora convidada no 19.º Congresso Regional do PS/Açores, que está a decorrer desde sexta-feira no Teatro Micaelense, em Ponta Delgada, com uma intervenção dedicada às políticas de habitação.

Defendendo que é necessário “perceber verdadeiramente onde estão os problemas concretos” da sociedade, a socialista alertou para a importância de garantir “salários melhores para os jovens” e uma habitação “compatível com o rendimento das famílias”.

“Temos de continuar a exigir que o investimento na habitação se corporize e concretize em mais habitação pública, em mais parcerias. No fundo, em mais habitação com preços compatíveis com o rendimento das famílias”, reforçou.

Marina Gonçalves admitiu que o “Estado, ao longo dos anos, nas últimas décadas não foi capaz de robustecer a resposta” no acesso à habitação, mas defendeu que existiu uma “aposta muito grande na construção do parque público” nos oito anos de governação do PS sob a liderança de António Costa.

“O setor público nunca substituirá o setor privado e o setor cooperativo, mas o setor público tem de crescer e o setor privado e cooperativo devem, na verdade, ser um contributo para a construção deste parque de habitação a custos acessíveis”, advogou a deputada.

Também hoje, no segundo dia do congresso do PS/Açores, o líder do PS na Madeira, Paulo Cafôfo interveio para defender uma “frente autonómica”, lembrando os “problemas comuns” às duas regiões.

“A nossa responsabilidade é provocar um sobressalto cívico nos açorianos e madeirenses”, declarou.

Cafôfo criticou a atuação dos líderes do PSD nos Açores e na Madeira, acusando-os de usarem a “autonomia para se servirem dela” e para “governarem, não para as pessoas, mas para o partido e para si próprios”.

“Somos autonomistas por convicção, ao contrário do PSD/Madeira e do PSD/Açores, que o são por conveniência e estão sempre a culpabilizar os outros para tapar a sua incompetência e incapacidade em resolver os problemas”, atirou.

A primeira reunião magna do PS/Açores com Francisco César na liderança começou na sexta-feira e decorre até domingo em Ponta Delgada.

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