A UGT/Açores defendeu hoje a necessidade de uma “maior justiça salarial” na região “para todos”, alegando que o valor do “salário mínimo passou a ser a base para tudo”, o que causa “grande indignação e injustiça”.

“Tem que haver mais justiça. A UGT não pede aumentos salariais exagerados”, sustentou o presidente da UGT/Açores, Manuel Pavão, aos jornalistas.

O dirigente da UGT na região falava no Palácio de Sant’Ana, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, após uma audiência com o presidente do Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM), José Manuel Bolieiro, no âmbito do processo de auscultação sobre as antepropostas de Plano e Orçamento Regional para 2025.

Apesar das “melhorias” que têm ocorrido, Manuel Pavão sustentou que “as principais preocupações assentam sobretudo no objetivo de aumentos salariais”.

Para o dirigente regional da UGT, a economia açoriana “tem sido muito afetada por baixos salários”, sobretudo em determinados setores de atividade, como o turismo, apesar do crescimento daquela área.

“No caso dos Açores, no turismo, um setor pujante que teve um grande impulso nos últimos anos, estes resultados não se refletem nos aumentos salariais. E daí a nossa grande indignação e reivindicamos aumentos salariais que não são exagerados”, vincou.

Manuel Pavão apontou para os casos de funcionários com “15 anos e 20 anos de trabalho que estão a receber pouco mais que o salário mínimo e ainda pagam impostos”.

“Vamos fazer força em sede da concertação social. Vamos fazer força para que essa situação seja corrigida”, reforçou, criticando “a resistência” das entidades patronais no domínio da negociação salarial.

A UGT/Açores defende igualmente prioridade ao investimento apoiado por fundos comunitários, designadamente do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Entre as propostas apresentadas pela UGT/Açores consta também a necessidade de abertura de concursos de admissão de pessoal na administração pública, o reforço das políticas de apoio à habitação, das medidas sociais, desde gratuidade de creches, apoio aos idosos e mais desfavorecidos, o aperfeiçoamento no programa social de emprego e a aposta na formação profissional.

O executivo saído das eleições legislativas antecipadas de 04 de fevereiro governa a região sem maioria absoluta no parlamento açoriano e, por isso, necessita do apoio de outro partido ou partidos com assento parlamentar para aprovar as suas propostas.

No sufrágio de fevereiro, PSD, CDS-PP e PPM elegeram 26 deputados, ficando a três da maioria absoluta. O PS é a segunda força no arquipélago, com 23 mandatos, seguido do Chega, com cinco. BE, IL e PAN elegeram um deputado regional cada, completando os 57 eleitos.

O Plano e o Orçamento dos Açores para o próximo ano deverão ser discutidos e votados no parlamento açoriano em novembro.

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