O presidente do Governo Regional dos Açores disse hoje que o executivo não interfere nas decisões do conselho de administração da SATA, mas avisou que, com o encerramento de balcões de atendimento, estará atento à prestação de serviços.

“Vamos acompanhar de forma muito vigilante toda a situação, confiante de que a SATA sabe o que está a fazer e não diminuirá a disponibilidade de serviços para a população, aliás, porque também quer, tanto quanto eu apurei, reforçar a capacidade de reposta do ‘call center’”, afirmou, em declarações à Lusa, o chefe do executivo açoriano (PSD/CDS/PPM), José Manuel Bolieiro.

O grupo SATA, detentor das companhias aéreas SATA Air Açores e Azores Airlines, anunciou que a partir de 01 de agosto concentraria os seus serviços de atendimento aos clientes nos Açores nos balcões dos aeroportos e no serviço de atendimento telefónico, encerrando as lojas localizadas em centros urbanos.

A medida foi contestada por vários partidos e autarquias e, na terça-feira, o PS, maior partido da oposição, exortou o Governo Regional, único acionista da empresa, a dar instruções à administração da SATA para reverter a decisão.

Segundo o deputado socialista Carlos Silva, o contrato de concessão celebrado entre o Governo Regional e a SATA Air Açores, no âmbito da concessão das ligações interilhas 2021-2026, inclui o funcionamento de 16 lojas e a empresa irá encerrar as lojas nos centros urbanos, passando de 16 para nove.

Questionado pela Lusa, à margem de uma sessão de formação para autarcas de juntas de freguesia, em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, José Manuel Bolieiro disse que a SATA “é uma empresa do setor público empresarial regional, mas tem autonomia de gestão” e que o Governo Regional “não interfere nas suas decisões”.

“O governo não interfere com o conselho de administração, nem com a gestão da SATA, pelo contrário, e atribuiu a missão ao conselho de administração de salvar a SATA, face ao legado terrível que a SATA tem dos governos anteriores, liderados pelo Partido Socialista”, apontou.

Segundo o chefe do executivo açoriano, “a eficácia da administração será depois julgada pelo governo”, que estará atento à qualidade do serviço prestado à população.

“Na verdade, confio que a avaliação do conselho de administração tenha considerado um benefício para a gestão da SATA. Relativamente aos impactos que tiver na população, o próprio governo estará atento e terá condições de poder depois reagir relativamente à qualidade do serviço”, assegurou.

Para José Manuel Bolieiro, “é fundamental salvar a SATA e sobretudo cumprir o bom serviço às populações”.

“O governo, relativamente ao bom serviço às populações, também estará atento ele próprio relativamente às necessidades que se mostrarem efetivas e que possam merecer também, pela parte do governo, uma colaboração em resolver qualquer perda de disponibilidade”, reforçou.

Questionado sobre se o encerramento de balcões de atendimento violava o estipulado no caderno de encargos celebrado entre o Governo Regional e a SATA, como alertou o PS, o presidente do executivo alegou que era “responsabilidade do conselho de administração responder a essa matéria”.

 

PUB