O presidente do Conselho de Ilha de São Miguel, Açores, revelou hoje que aquele órgão vai reunir-se devido à situação “dramática” causada pelo incêndio no Hospital Divino Espírito Santo (HDES), alertando para a necessidade de serem tomadas decisões.

“É algo que nos preocupa muito. Temos todos de discutir este assunto. É algo que temos de refletir. Há muita coisa em cima da mesa. Queremos ouvir todos os conselheiros”, disse à agência Lusa o presidente do organismo, Jorge Rita.

Defendendo a necessidade de “começarem a aparecer decisões”, Jorge Rita considerou que o Conselho de Ilha de São Miguel tem a “obrigação de ajudar a resolver a situação o mais rapidamente possível”.

“A situação é dramática. Não se sabe ao certo o que poderá acontecer nos próximos tempos. Urge começar a tomar decisões”, afirmou.

Segundo Jorge Rita, a marcação da reunião extraordinária partiu do próprio Conselho de Ilha, que tem a “obrigação cívica” de “monitorizar a situação”.

“Não tivemos qualquer tipo de contacto com o Governo [Regional]. É uma iniciativa nossa. Falando com alguns autarcas, também acharam que era importante fazermos essa abordagem porque isso é um assunto que diz respeito aos Açores em geral e em São Miguel em particular”, disse o responsável.

“Há toda uma panóplia de pessoas responsáveis em São Miguel que nós queremos auscultar em relação a essa situação dramática que aconteceu no nosso hospital, as repercussões que tem neste momento e as que pode ter no futuro”, acrescentou.

A reunião está marcada para segunda-feira às 10:30 horas locais (11:30 em Lisboa), na Biblioteca Municipal Daniel de Sá, na Ribeira Grande.

O incêndio no hospital de Ponta Delgada, que deflagrou pelas 09:40 locais de sábado (10:40 em Lisboa) e só foi declarado extinto às 16:11, obrigou à transferência de 240 doentes que estavam internados para vários locais dos Açores, Madeira e continente.

Na altura do incêndio estavam no estabelecimento de saúde 333 doentes e foi necessário transferir 240.

O Governo dos Açores declarou no domingo a situação de calamidade pública para “acelerar procedimentos” que permitam normalizar num “curto espaço de tempo”, a atividade da maior unidade de saúde açoriana.

Na quarta-feira, a direção clínica anunciou que o hospital vai ser reativado “lentamente”, prevendo-se que as unidades de oncologia e hemodiálise retomem a atividade de forma faseada na próxima semana.

Não foi ainda divulgada uma contabilização dos estragos do fogo.

O Conselho de Ilha é um órgão consultivo do Governo Regional dos Açores composto pelos presidentes das câmaras e assembleias municipais da ilha, por quatro membros eleitos de cada assembleia municipal, por três presidentes de junta de freguesia, um representante do Governo Regional (sem direito a voto) e vários membros das organizações sociais, ambientais, culturais e empresariais da ilha.

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