O hospital de Ponta Delgada, nos Açores, vai ser reativado “lentamente” após o incêndio de sábado, prevendo-se que as unidades de oncologia e hemodiálise retomem a atividade de forma faseada na próxima semana, anunciou hoje a diretora clínica.
“Em termos de reativação, não será ainda esta semana. Provavelmente na próxima semana serão reativadas as duas unidades de oncologias e hemodiálise, mas será feito muito lentamente”, adiantou a diretora clínica do Hospital Divino Espírito Santo (HDES), Paula Macedo, numa declaração sem direito a perguntas dos jornalistas, que decorreu na unidade da ilha de São Miguel.
Paula Macedo salientou que a retoma vai ser feita de forma faseada e com um “pequeno volume de doentes” para garantir a segurança.
“A prioridade será, neste edifico, poder reativar a unidade de oncologia e hemodiálise para poder garantir tratamentos prioritários, crónicos, de ambulatório desses mesmos doentes”, afirmou.
O incêndio no hospital de Ponta Delgada deflagrou pelas 09:40 locais de sábado (10:40 em Lisboa) e só foi declarado extinto às 16:11.
Na altura do incêndio estavam no estabelecimento de saúde 333 doentes e foi necessário proceder à transferência de 240.
Hoje, a diretora clínica destacou que os pacientes foram transferidos para outras unidades de saúde em cinco horas e que foram dadas 93 altas.
Paula Macedo adiantou ainda que as consultas também poderão vir a ser reativadas num “curto espaço de tempo”, mas numa fase inicial só serão presenciais em casos “inadiáveis”.
“As consultas dos nossos doentes, para terem uma ideia, são muitas, uma média de mil a três mil por semana”, declarou.
Relativamente à instalação de um hospital de campanha, a médica considerou ser “muito importante” para permitir “resolver a capacidade de vagas”.
A diretora clínica do HDES quis ainda deixar uma “mensagem de tranquilidade” à população, garantindo que os doentes que tinham marcações no hospital vão ser contactados pelos serviços.
O Governo dos Açores declarou no domingo a situação de calamidade pública devido ao incêndio para “acelerar procedimentos” que permitam normalizar num “curto espaço de tempo”, a atividade da maior unidade de saúde açoriana.
Não foi ainda divulgada uma contabilização dos estragos do fogo.