A Atlânticoline e o Sindicato dos Trabalhadores da Marinha Mercante, Agências de Viagens, Transitários e Pescas estão a negociar uma saída para a greve na Atlânticoline, que entretanto foi suspensa, anunciou hoje a empresa.

De acordo com uma nota enviada à Lusa pela operadora marítima, na quinta-feira a Atlânticoline e o sindicato estiveram reunidos “mais uma vez, com a mediação da Direção dos Serviços de Trabalho, na tentativa de atingir um entendimento”.

“Na sequência dessa reunião, foi possível chegar a um princípio de acordo, que será validado pelas partes, para discussão final em nova reunião, agendada para 21 de março”, refere a Atlânticoline.

A greve, que decorria desde 07 de março, foi decretada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Marinha Mercante, Agências de Viagens, Transitários e Pescas, que exige aumentos salariais de 15% para os “maquinistas de primeira”, valor que a administração da empresa considera financeiramente “incomportável”.

Na nota agora divulgada, a empresa adianta que, face a este “entendimento preliminar, o sindicato, numa demonstração de boa-fé, que a Atlânticoline saúda, determinou a possibilidade dos colaboradores se absterem de exercer o direito à greve”.

Por isso, acrescenta a Atlânticoline, não existe “nenhum cancelamento por motivo de greve desde a passada sexta-feira”.

Em declarações à agência Lusa, Clarimundo Batista, do Sindicato dos Trabalhadores da Marinha Mercante, Agências de Viagens, Transitários e Pescas, contrapôs que “não há um acordo de princípio” e que se está “em sede de negociações e em fase de propostas”.

O sindicalista disse ainda que a greve foi suspensa “numa atitude de boa-fé”.

Segundo divulgou na segunda-feira a Atlânticoline, de 11 a 17 de março foram canceladas 10 viagens devido à greve.

O Tribunal Arbitral fixou como serviços mínimos, durante o período da paralisação, duas ligações marítimas entre as ilhas do Faial e do Pico, uma viagem diária entre Faial, Pico e São Jorge e duas ligações semanais entre as Flores e Corvo.

A Atlânticoline transporta anualmente quase meio milhão de passageiros e cerca de 30 mil viaturas, sobretudo entre as ilhas do Triângulo (Faial, Pico e São Jorge), onde opera todo o ano, com recurso a quatro embarcações (dois navios e dois ferries).

De acordo com o sindicato, a empresa tem cerca de 200 trabalhadores, sendo que 54 estão ligados à parte marítima da operação.

 

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