O candidato da CDU pelo círculo de São Miguel às eleições legislativas regionais dos Açores, Rui Teixeira, considerou hoje que os atuais incentivos financeiros à fixação de professores “não são funcionais” e defendeu que devem abranger todas as ilhas.
“Os incentivos à fixação, ao contrário do que alguns têm dito por aí, não são funcionais”, disse Rui Teixeira, que visitou hoje uma escola de ensino básico na Relva, freguesia do concelho de Ponta Delgada, no âmbito da campanha eleitoral para as eleições de domingo.
Segundo o candidato, os atuais incentivos à fixação “não têm qualquer sentido” porque surgem “no concurso para quando as pessoas querem sair da sua ilha”.
“Ora, isso não é um incentivo à fixação mas sim para que as pessoas saiam de lá [da sua ilha]”, afirmou o candidato.
Rui Teixeira defendeu ainda que os incentivos devem abranger todas as ilhas e não apenas as “mais carenciadas, porque já é um problema que se está a verificar em praticamente todas”.
Além disso, acrescentou, devem também existir apoios à formação de professores, “mais do que aquilo que tem sido feito”.
De acordo com o candidato, a CDU “tem uma visão da educação diferente daquela que tem dominado na região”, sendo necessário “um rumo diferente”, já que as escolas recebem “tudo que é situação social” e precisam de dar respostas.
“A escola esforça-se para dar essas respostas, mas não tem os meios para cumprir com aquele que é o seu papel. Ou seja, acaba-se por sobrecarregar quem está na escola: professores, psicólogos e auxiliares”, apontou o candidato, defendendo a necessidade de serem colocados mais profissionais nos estabelecimentos.
Sobre o que espera nas eleições de domingo, Rui Teixeira disse ter a expectativa que a CDU regresse ao parlamento regional, depois de ter falhado a eleição de deputados nas últimas regionais.
“Sabemos que vamos crescer”, afirmou, considerando “perfeitamente possível eleger” dois deputados, nomeadamente um pelo círculo da compensação.
O Presidente da República decidiu dissolver o parlamento açoriano e marcar eleições antecipadas para domingo, dia 04 de fevereiro, após o chumbo do Orçamento para este ano.
Onze candidaturas concorrem às legislativas regionais, com 57 lugares em disputa no hemiciclo: PSD/CDS-PP/PPM (coligação que governa a região atualmente), ADN, CDU (PCP/PEV), PAN, Alternativa 21 (MPT/Aliança), IL, Chega, BE, PS, JPP e Livre.
Em 2020, o PS venceu, mas perdeu a maioria absoluta, surgindo a coligação pós-eleitoral de direita, suportada por uma maioria de 29 deputados após assinar acordos de incidência parlamentar com o Chega e a IL (que o rompeu em 2023). PS, BE e PAN tiveram, no total, 28 mandatos.