O líder do PSD/Açores disse hoje que é “favorável à estabilidade” na Madeira e reafirmou a sua “total solidariedade” com qualquer que seja a decisão do PSD local, na sequência da demissão do presidente do Governo Regional.
“Eu sou favorável à estabilidade. Fui sempre, desde o primeiro instante, e não tenho qualquer incoerência em circunstância alguma. Mesmo no cenário regional Açores ou mesmo na observação isenta e distante do que é o cenário nacional ou da vizinha região irmã Madeira”, disse hoje José Manuel Bolieiro.
E prosseguiu: “No entanto, a cada um, no quadro da sua autonomia, as suas próprias opções”.
O líder do PSD açoriano e candidato à presidência do Governo dos Açores pela coligação PSD/CDS-PP/PPM falava aos jornalistas na freguesia de São Vicente Ferreira, no concelho de Ponta Delgada, São Miguel, durante uma ação de campanha de rua para as eleições regionais antecipadas de 04 de fevereiro.
Bolieiro lembrou que, no caso dos Açores, a sua vontade “é pela estabilidade”.
Também referiu que, no seu caso, as eleições antecipadas foram motivadas pelo chumbo do Orçamento Regional para 2024: “[Os partidos da oposição] chumbaram [o documento] porque as medidas eram boas e não porque tinham um projeto alternativo”.
“Chumbaram porque diziam discordar das propostas. Hoje, confrontados com eleições antecipadas, dizem que ninguém se intimide, porque vão continuar com as mesmas políticas que ainda há pouco chumbaram”, rematou.
Questionado pelos jornalistas sobre se defende a realização de eleições antecipadas na Madeira, Bolieiro recordou que “houve um refrescamento de legitimidade democrática” há pouco tempo e, nos termos constitucionais e legais, há “uma limitação ao Presidente da República”, porque, como as eleições se realizaram recentemente, “não se pode dissolver nem convocar eleições antecipadas num período de seis meses após a eleição”.
A própria lei “também encaminha para a estabilidade, para a importância estratégica de cumprir mandatos”, acrescentou.
“De qualquer modo, eu quero reafirmar a minha total solidariedade com qualquer que seja a decisão do PSD na Madeira, porque nós somos independentes em relação ao continente, ao todo nacional e também somos autónomos em relação à Madeira”, referiu.
O presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque (PSD), demitiu-se na sexta-feira, dois dias depois de ter sido constituído arguido num inquérito que investiga suspeitas de corrupção, abuso de poder, prevaricação, atentado ao Estado de Direito, entre outros crimes.
O processo envolve também dois empresários e o presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado (PSD), os três detidos numa operação policial desencadeada a 24 de janeiro sobretudo na Madeira, mas também nos Açores e em várias cidades do continente.
Na segunda-feira, o PSD/Madeira vai reunir o conselho regional para escolher o nome de uma personalidade para liderar o executivo madeirense, até agora presidido por Miguel Albuquerque, à frente de uma coligação PSD/CDS, com o apoio parlamentar da deputada única do PAN, o que garante maioria absoluta ao Governo na Assembleia Legislativa.