O candidato do PS a presidente do Governo dos Açores nas eleições legislativas regionais, Vasco Cordeiro, acusou hoje o executivo (PSD/CDS-PP/PPM) de inércia e incapacidade em obras na ilha das Flores.

Numa visita ao porto das Lajes das Flores, que em outubro de 2019 sofreu avultados danos devido ao furacão Lorenzo, Vasco Cordeiro começou por explicar que as obras em curso ou concluídas, exceto as relativas ao furacão Efrain, foram lançadas pelo executivo a que presidiu.

O cabeça de lista do PS pelos círculos de São Miguel e de compensação referiu que, durante os três anos deste Governo Regional, “a única coisa que avançou” na obra de recuperação do cais comercial do porto das Lajes das Flores “foi o lançamento do concurso público”.

Vasco Cordeiro adiantou que, quando o Governo Regional do PS terminou, “já havia sido apresentado um estudo prévio e previa-se que, no primeiro trimestre de 2021, o projeto de execução estivesse pronto”.

“Não há justificação para que, tendo ficado este processo devidamente encaminhado na altura em que ficou, a obra não tenha avançado”, destacou, referindo que o executivo regional se desculpa com o Governo da República (PS).

Contudo, “só em outubro de 2023, a propósito de questões financeiras, é que o Governo Regional apresentou documentação ao Governo da República que levou à decisão imediata de reforçar a solidariedade” após os danos provocados pelo furacão Lorenzo, adiantou o candidato socialista, considerando existir, “fundamentalmente, um problema de inércia quanto ao lançamento dos procedimentos”.

Para Vasco Cordeiro, “é preciso mais dinamismo, mais capacidade de decisão, maior celeridade na concretização de uma obra que é essencial, não apenas em termos de acessibilidades à ilha das Flores e ao grupo ocidental [que inclui Corvo], mas uma obra que se assume como fundamental para o futuro desta ilha”.

Já sobre o porto das Poças, em Santa Cruz das Flores, o também líder do PS/Açores assinalou que “ainda recentemente houve problemas nesse porto, derrocadas que podiam ter sido evitadas se o Governo Regional tivesse agido a tempo logo que foi avisado, e foi avisado, e essa inércia, essa incapacidade levou a que agora seja muito mais difícil avançar, seja muito mais difícil recuperar”.

Os prejuízos iniciais da passagem do furacão Lorenzo na região foram calculados pelo anterior Governo Regional (PS) em 313,3 milhões de euros e deviam ser suportados pela República em 80%.

O porto das Lajes das Flores ficou destruído na sequência da forte ondulação que se verificou na ocasião, prejuízos que foram agravados, em dezembro de 2022, pela tempestade Efrain, o que dificultou o abastecimento de bens.

O Presidente da República decidiu dissolver o parlamento açoriano e marcar eleições antecipadas para 04 de fevereiro após o chumbo do Orçamento para este ano. Onze candidaturas concorrem às legislativas regionais, com 57 lugares em disputa no hemiciclo: PSD/CDS-PP/PPM (coligação que governa a região atualmente), ADN, CDU (PCP/PEV), PAN, Alternativa 21 (MPT/Aliança), IL, Chega, BE, PS, JPP e Livre.

Em 2020, o PS venceu, mas perdeu a maioria absoluta, surgindo a coligação pós-eleitoral de direita, suportada por uma maioria de 29 deputados após assinar acordos de incidência parlamentar com o Chega e a IL (que o rompeu em 2023). PS, BE e PAN tiveram, no total, 28 mandatos.

A ilha das Flores, o ponto mais ocidental da Europa, com 3.083 eleitores, elege três deputados para o parlamento regional, disputados neste círculo por nove forças políticas.

Nas eleições de 2020, PS, PSD e PPM conquistaram um deputado cada.

 

PUB