O Governo dos Açores e a Delta assinaram hoje um protocolo que visa potenciar a produção de café na região nos próximos oito anos, através do desenvolvimento de estudos experimentais para introduzir novas variedades.
“Ao assinarmos este protocolo, estamos a dar um passo importante nesta história. Com este protocolo de oito anos, composto por sete fases, vamos desenvolver a experimentação de novas variedades de café na região, agregando valor à produção local”, afirmou o presidente executivo da Delta, Rui Miguel Nabeiro, durante uma cerimónia realizada no Palácio de Sant’Ana, em Ponta Delgada.
O protocolo, firmado entre a Delta, o Governo dos Açores e a Associação de Produtores Açorianos de Café, prevê o “planeamento do estudo experimental nos diferentes campos para a introdução de novas variedades de café” e a “capacitação, aconselhamento e apoio técnico aos produtores”.
Vai ser ainda constituído um “grupo estratégico de projetos” para coordenar os trabalhos.
“O facto de estarmos aqui hoje é uma forma de dizer que continuamos juntos e empenhados em criar as condições para o desenvolvimento futuro de café na região dos Açores”, salientou Rui Miguel Nabeiro.
Já o presidente do executivo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM) destacou a necessidade de “projetar consistência no futuro da produção de café” na região.
“A nossa geografia é distintiva, mesmo no que diz respeito a outras geografias da produção de café. Estamos no meio do atlântico norte. Temos esta influência. Esta influência pode ser projetada como um valor acrescentado e não como um desvalor”, reforçou.
José Manuel Bolieiro considerou ainda que os Açores têm a “oportunidade de serem laboratórios de futuro” na produção de café.
“O desenvolvimento do presente e do futuro na estratégia dos Açores é com base na inovação, mas uma inovação resultante de investigação, de conhecimento, das novas tecnologias e da nossa condição laboratorial”, afirmou.
Em 09 de outubro, a Delta lançou o primeiro café português totalmente produzido nos Açores, um arquipélago que tem “condições muito propícias” para ter uma produção de “extrema qualidade”, segundo o presidente executivo do grupo.
“O mais especial de tudo é tornar o impossível em possível. A Europa não tem condições climáticas e de terreno para produzir café. Aquilo que nós lhe chamámos foi de ‘Impossible Coffee’ [Café Impossível]”, afirmou então Rui Miguel Nabeiro em declarações à agência Lusa.
Na ocasião, o responsável pela Delta assinalou que o café agora disponibilizado é de espécie arábica, mas destacou o potencial das ilhas açorianas para produzir outros tipos de café.