O líder do CDS-PP/Açores, Artur Lima, desvalorizou hoje a sua ausência na campanha eleitoral ao lado do líder da coligação PSD/CDS-PP/PPM, José Manuel Bolieiro, e acusou o presidente regional do PS, Vasco Cordeiro, de “difamação”.
“Eu tenho feito campanha na ilha Terceira, tenho feito campanha em São Jorge, tenho aparecido. Agora, nós temos um líder da coligação, que é o doutor José Manuel Bolieiro. Ele lidera naturalmente a campanha. Isto é o mais natural em democracia”, afirmou, em declarações à Lusa.
Artur Lima falava à margem de uma ação de campanha, na Praia da Vitória, junto a um dos bairros cedidos pela Força Aérea norte-americana à região, acompanhado pelo líder do CDS-PP, Nuno Melo, e pelo cabeça de lista da coligação PSD/CDS-PP/PPM pelo círculo eleitoral da ilha Terceira, António Ventura (PSD).
O líder centrista, que é vice-presidente do Governo Regional e número dois na lista da coligação pela ilha Terceira, não tem aparecido, ao lado de José Manuel Bolieiro nas ações de campanha para as eleições legislativas regionais, que se realizam no domingo, o que mereceu um reparo do principal adversário, Vasco Cordeiro.
“A coligação sente a necessidade de esconder aqueles que alinham nessa coligação, sabe-se lá se por vergonha, se por medo daquilo que eles podem dizer”, disse o candidato socialista, num jantar comício, no início da semana, na ilha Terceira.
Confrontado com estas declarações, Artur Lima respondeu: “Eu acho que quem tem muita coisa a esconder é o doutor Vasco Cordeiro”.
O dirigente centrista acusou o presidente do PS/Açores de “difamação” e de colar cartazes “ofensivos da honra e da dignidade” dos líderes de PSD/CDS-PP/PPM, referindo-se a um cartaz da JS com a frase “Queres repetir a receita fracassada? Só precisas dos seguintes ingredientes” e as fotos de José Manuel Bolieiro, Artur Lima e Paulo Estêvão (PPM).
“Lamento profundamente essa atitude difamatória, persecutória, que ele está a fazer, inventando boatos de que vamos fazer coligação com o Chega, fazendo cartazes – escondendo-se atrás da JS – difamando a imagem das pessoas”, salientou.
Artur Lima disse que é o “inimigo público número um a abater para o Partido Socialista”, porque recusou uma coligação em 2020, quando o PS venceu as eleições nos Açores sem maioria absoluta.
“O doutor Vasco Cordeiro veio-me pedir para fazer coligação. E eu disse: não, os açorianos estão fartos de 24 anos de socialismo. O doutor Vasco Cordeiro é que veio à Terceira falar comigo e eu disse: não, não queremos. Queremos uma mudança, queremos que a sociedade respire. Por isso, a perseguição que me fazem todos os dias nas redes sociais só pode ter origem no Partido Socialista”, alegou.
Questionado sobre um possível acordo pós-eleitoral com o Chega, quando o líder regional do partido, José Pacheco, já disse que só negoceia com o PSD, o dirigente centrista rejeitou comentar cenários hipotéticos, mostrando-se confiante numa “maioria estável” e “robusta”.
“Não admito, porque não vamos precisar do Chega para nada. Não vamos precisar do Chega para fazer governo”, sublinhou.
“Eu sou o exemplo vivo de que as sondagens falham. Em nenhuma eleição, desde 2008 até hoje, eu era eleito”, acrescentou, alegando que em 2020 as sondagens indicavam entre zero e um deputados para o CDS, mas o partido elegeu três e esteve “quase a meter o quarto”.
Onze candidaturas concorrem às legislativas regionais: PSD/CDS-PP/PPM, ADN, CDU (PCP/PEV), PAN, Alternativa 21 (MPT/Aliança), IL, Chega, BE, PS, JPP e Livre.