O líder do PAN/Açores reafirmou hoje a necessidade de se atribuírem suplementos ou bonificações a profissionais de saúde para os fixar na região, de forma a contrariar o resultado dos concursos para médicos, que estão a ficar vazios.
Após uma reunião com a administração do Hospital da Horta, Pedro Neves afirmou que se continua com a “prática comum do pensamento anterior de que não é necessário dar algum suplemento ou uma bonificação aos médicos” para os fixar nos Açores.
Em declarações à Lusa, via telefone, o também candidato do PAN pelos círculos eleitorais de São Miguel e da compensação – que era deputado no parlamento regional – recordou que a sua candidatura defende um reforço do trabalho para a fixação dos médicos no arquipélago, face à concorrência da Madeira e do continente, que “está maior”.
Em 2021, o partido viu aprovada uma proposta para rever os incentivos de fixação destes profissionais, sugerindo a formação contínua “integralmente subsidiada” pela instituição hospitalar e um incentivo pecuniário dos 800 euros (na Terceira e em São Miguel) até aos 1.500 (Flores e Corvo).
Segundo o candidato, esta sua iniciativa permitiu atrair 82 médicos.
Perante a perda de médicos para o setor privado e para outros países, o PAN pretende avançar com uma proposta de “aumentar 50% o ordenado a todos os médicos que estão a trabalhar nos Açores”.
A proposta aponta ainda para a possibilidade de os médicos que trabalhem em regime de exclusividade no Serviço Regional de Saúde beneficiarem do dobro do ordenado.
“Isto é a única forma de ter uma política de choque. Nós estamos com grandes dificuldades na saúde a nível nacional e pode haver uma contaminação do que está a acontecer nas urgências do continente. Provavelmente, daqui a dois ou três meses irá acontecer também nos Açores”, afirmou o candidato.
Para Pedro Neves, o Governo que venha a sair das eleições legislativas regionais de 04 de fevereiro “tem que ter em conta uma coisa que o PAN está sempre a alertar: Não podemos ter numa secretaria da pecuária 120 milhões de investimento e ter na saúde 60 milhões”.
O candidato referiu-se ainda ao subfinanciamento dos orçamentos hospitalares para denunciar que “foi reduzido em 3 milhões de euros por ano” o orçamento do hospital da Horta.
O Presidente da República dissolveu o parlamento açoriano e marcou eleições antecipadas para 04 de fevereiro após o chumbo do Orçamento para este ano.
Onze candidaturas concorrem às legislativas regionais: PSD/CDS-PP/PPM (coligação que governa a região atualmente), ADN, CDU (PCP/PEV), PAN, Alternativa 21 (MPT/Aliança), IL, Chega, BE, PS, JPP e Livre.
Em 2020, o PS venceu, mas perdeu a maioria absoluta, surgindo a coligação pós-eleitoral de direita, suportada por uma maioria de 29 deputados após assinar acordos de incidência parlamentar com o Chega e a IL (que o rompeu em 2023). PS, BE e PAN tiveram, no total, 28 mandatos.