O PAN/Açores pediu hoje celeridade ao Governo Regional para a realização de análises que permitam aferir o motivo do “fenómeno anómalo” de peixes à superfície do mar ao largo das Flores e do Corvo.

Em 14 de setembro, o Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM) revelou que junto às ilhas das Flores e do Corvo vários peixes apareceram à “tona de água com um comportamento invulgar”, um “estranho fenómeno” que levou o executivo a recolher espécimes para análise.

Na altura, sem especificar o registo de mortes, o Governo Regional prometeu “continuar a acompanhar a situação” e a “divulgar informação adicional sempre que necessário”, apelando à população para não consumir os peixes que apresentassem o comportamento invulgar.

Numa nota à imprensa enviada hoje às redações, o PAN/Açores alerta para “uma intensificação deste fenómeno anómalo”, que se “alastra a outras ilhas do arquipélago, especialmente o Faial, sem que se conheçam os resultados das necropsias ou a adoção de medidas preventivas”.

O partido sublinha que “está severamente preocupado com o avistamento de espécies piscícolas, nomeadamente meros, a boiar ao largo das Flores e do Corvo”.

O mero, acrescenta, “é um ícone” do mar dos Açores e possui “enorme importância para o setor de mergulho recreativo”.

A espécie está “classificada como em perigo de extinção na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza, constando inclusive no Relatório do Estado do Ambiente dos Açores 2017-2019 como fundamento para a instalação de Áreas Marinhas Protegidas”, alerta.

Por isso, o partido pede maior rapidez na realização das necropsias e outras análises biológicas, para que se saiba o motivo do fenómeno e se agilize a intervenção na contenção da mortandade dos animais.

O PAN refere que o fenómeno decorre desde o início do mês e “não apresenta sinais de abrandamento”, preocupando o partido não só pelo impacte nos ecossistemas, como no bem-estar animal.

Para o porta-voz da estrutura partidária, e deputado único do partido no parlamento açoriano, Pedro Neves,”este é um fenómeno incomum e preocupante, que obriga a uma avaliação célere por parte das entidades competentes, a fim de se identificar a origem da morte destas espécies e evitar que a área geográfica de mortandade se estenda a outras ilhas do arquipélago”.

“É inaceitável que, volvido quase um mês desde os primeiros avistamentos, a situação ainda não esteja devidamente apurada, colocando em risco a salvaguarda do estado de conservação dos animais”, apontou ainda, citado na nota.

 

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