Só a Unidade de Saúde de Ilha de São Miguel e o Hospital da Horta têm convenções com privados para sessões de fisioterapia, o que permite aos doentes usufruir de tratamentos fora dos Centros de Saúde de São Miguel ou do Hospital da Horta. Um acordo com clínicas privadas que custou à Região perto de cinco milhões de euros (4.933.815€), em 2023. Este valor foi mais elevado em São Miguel (4.348.362€), tendo o custo do Hospital da Horta sido de 585.453€.

Os dados constam da resposta a um requerimento do CHEGA Açores que pretendia saber mais pormenores e valores das convenções de fisioterapia existentes na Região. Os dados facultados pelo Governo Regional dão conta que, em 2023, em São Miguel, foram realizadas mais sessões de fisioterapia pelos convencionados (280.529) do que pelo HDES – Hospital do Divino Espírito Santo (207.514) e pela Unidade de Saúde de Ilha de São Miguel (13.197). Isto quando, em 2023, o HDES dispunha de 17 técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica na área da fisioterapia, e a Unidade de Saúde de Ilha de São Miguel dispunha de 13 destes técnicos.

No total da Região foram realizadas pelas unidades de saúde 572.063 sessões de fisioterapia, em 2023, enquanto as entidades convencionadas realizaram 317.992 sessões de fisioterapia. Destaque para o facto de, no Faial, a Unidade de Saúde de Ilha não ter realizado qualquer sessão de fisioterapia desde 2021 até 2023, e ser a única ilha sem Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica na área da fisioterapia.

As respostas do Governo ao CHEGA indicam ainda que está em curso a implementação da conferência da faturação dos convencionados por meios electrónicos e, para isso, já decorreram reuniões entre os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde e a Direcção Regional da Saúde, uma vez que para que tal aconteça, será necessário que as requisições dos meios complementares de diagnóstico e terapêutica sejam realizadas por meio electrónico, o que não acontece actualmente.

O Grupo Parlamentar do CHEGA entende que quase cinco milhões de euros em fisioterapia – em apenas duas ilhas – é um valor bastante elevado quando estes meios complementares de diagnóstico e terapêutica estão disponíveis quer nos hospitais, quer nos centros de saúde.

“Há valores que têm de ser bem avaliados, uma vez que as sessões de fisioterapia convencionadas – principalmente em São Miguel – são em maior número do que as sessões feitas no Hospital e nos centros de saúde. É preciso avaliar porque isso está a acontecer, quando existem profissionais nos centros de saúde e no hospital. Será que estamos mesmo a usar em São Miguel tanta fisioterapia ou estamos a gerir mal os dinheiros públicos?”, questiona o líder parlamentar do CHEGA, José Pacheco.

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