A secretária regional da Saúde dos Ações anunciou hoje a intenção do executivo de redimensionar o Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), em Ponta Delgada, que em maio foi atingido por um incêndio que o deixou inoperacional.

“Sobre este Governo da coligação [PSD/CDS-PP/PPM] recai a decisão política da recuperação do HDES. Um edifício com 27 anos, com fragilidades identificadas a nível da estrutura física que se encontra desadequada, mas ainda subaproveitado”, afirmou Mónica Seidi.

A governante, que falava no parlamento açoriano, na Horta, Faial, num debate de urgência sobre a saúde na região, pedido pelo PS, salientou que se impõe “ampliar a capacidade de tratamento” do maior hospital da região.

“Queremos reorganizar a capacidade atual para redimensionar o velho HDES e assim torná-lo novo. Queremos uma estrutura hospitalar renovada, humanizada, zelando por um ambiente que previna a doença, acelere a cura e promova o bem-estar dos utentes e daqueles que nele trabalham. Temos visão. Temos estratégia. E teremos em breve um plano funcional”, afirmou Mónica Seidi.

Segundo a titular da pasta da saúde nos Açores, o plano do executivo assenta na renovação do bloco operatório, na reorganização da cirurgia ambulatória para sala de robótica e videocirurgia avançada, na ampliação e remodelação do serviço de urgência transformando-o em ‘open space’ modular e adaptável e na ampliação da Unidade de Cuidados Intensivos com construção de uma unidade de cuidados intermédios integrada.

Também se pretende proceder à reorganização e ampliação da consulta externa polivalente, à modernização de enfermarias e à atualização da eficiência energética do edifício, numa perspetiva de Hospital Verde Autossustentável.

“A opção de reparar o HDES e torná-lo novo, permite-nos ganhar tempo. E isso, sim, é importante na prestação de cuidados de saúde aos nossos utentes”, afirmou.

Na intervenção, Mónica Seidi anunciou que a apresentação do hospital modular que vai ser instalado no perímetro do hospital de Ponta Delgada será apresentado aos partidos no dia 17, alegando ser “entendimento do Governo Regional que os mesmos deverão ter conhecimento pormenorizado do investimento a realizar”.

Ainda sobre a estrutura, avançou que será composta pelas valências de urgência geral (capacidade para 12 boxes de atendimento), duas salas de emergência, urgência pediátrica com seis camas de observação, um quarto de isolamento, duas enfermarias (capacidade mínima para 80 doentes), serviço de imagiologia, duas salas de bloco operatório (com seis camas de recobro), uma unidade de cuidados intensivos e intermédios (capacidade para 12 doentes) e bloco de partos e neonatologia (até nove camas para grávidas).

“Tudo isto se consegue em menos tempo do que conseguiríamos com a edificação de uma estrutura de raiz”, admitiu, adiantando que já estão nas imediações do HDES os painéis da estrutura modular da urgência geral e pediátrica (40 módulos) e da zona das enfermarias (55 módulos).

O hospital modular “servirá de estrutura de retaguarda e permitirá manter um reforço de capacidade quando se iniciarem as obras de reparação, redimensionamento e reorganização funcional da atual estrutura física” do HDES.

Também disse que, na sexta-feira, o Governo Regional entregou à Assembleia Legislativa o relatório preliminar com os prejuízos imediatos e danos decorrentes do incêndio no hospital, mas decidiu que, através de uma resolução, irá propor a elaboração de um relatório independente e detalhado, quanto às causas do incêndio.

O incêndio no Hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, que deflagrou em 04 de maio e cujos prejuízos estão estimados em 24 milhões de euros, obrigou à transferência de todos os doentes que estavam internados para vários locais dos Açores, Madeira e continente.

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