O Chega/Açores entregou hoje um requerimento na Assembleia Legislativa a questionar as “diligências” do executivo regional junto do Governo da República para garantir que os lesados do Banif no arquipélago sejam ressarcidos.

“O requerimento dá conta que o Governo da República é da mesma cor política do Governo dos Açores, questionando se foram tomadas algumas diligências para tentar agilizar o processo de devolução dos 148 milhões de euros a açorianos que perderam as suas poupanças”, adianta o partido em nota de imprensa.

O Chega, que tem cinco deputados no parlamento regional, alerta que os lesados daquele banco “não podem continuar a ser esquecidos” e que existem açorianos que perderam as “poupanças de uma vida”.

No requerimento, o partido pretende também “saber de que forma atuou o Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) quando soube da resolução do banco” e lembra que o Estado detinha uma participação de 88% no Banif.

“Este é um assunto que se arrasta desde 2015, quando houve a dissolução do banco, e até hoje os açorianos que investiram as suas poupanças, ainda não as conseguiram reaver. Isto é um assunto muito sério”, afirma o líder do Chega/Açores, José Pacheco, citado na nota de imprensa.

O Chega questiona ainda se o “Governo Regional tomou alguma posição no sentido de saber o andamento de todo o processo” relacionado com os lesados do Banif.

Já em 30 de maio, o Chega/Açores criticou a ausência de respostas para os lesados do Banif e garantiu que vai continuar a “fazer pressão e a denunciar” a situação para que o problema não seja esquecido.

No final de 2022 realizaram-se no Ministério das Finanças reuniões de um grupo de trabalho para encontrar uma solução que compense os investidores não qualificados do Banif, das sucursais exteriores do Banco Espírito Santo (BES) e do Banco Privée pelas perdas sofridas na queda destes bancos.

Há anos que estes lesados têm tido promessas políticas de verem o seu problema minorado, desde logo da parte do anterior primeiro-ministro, António Costa, mas o processo tem-se arrastado.

O BES terminou em agosto de 2014 e o Banif em final de 2015, deixando lesados milhares de clientes que investiram em títulos financeiros.

Em dezembro de 2019, uma comissão de peritos nomeada pela Ordem dos Advogados concluiu que foram encontrados indícios de práticas ilícitas na venda dos produtos financeiros no Banif e validaram 2.330 pedidos de lesados, sendo o valor dos investimentos em causa de 230 milhões de euros.

PUB