O PS/Açores não revela o sentido de voto nas propostas de Plano e Orçamento da Região para 2024, mas disse hoje que o setor da Saúde será “fulcral” na decisão, defendendo um reforço de financiamento.

“É óbvio que, neste momento, é necessário mais financiamento para a Saúde. É óbvio que também tem de se ponderar em que sentido é feito este financiamento, se é em sede de investimento ou de financiamento das unidades de saúde. Deve ser objeto de ponderação, mas entendemos que a questão da Saúde é uma questão fulcral na decisão e na ponderação do sentido de voto do Partido Socialista em relação a este Plano e a este Orçamento”, afirmou o deputado socialista José Toste.

O parlamentar falava em declarações aos jornalistas à saída de uma reunião com o conselho de administração do Hospital de Santo Espírito da Ilha Terceira (HSEIT).

Em novembro, o PS votou contra as propostas de Plano e Orçamento da Região para 2024, apresentadas pelo executivo PSD/CDS/PPM, que foram chumbadas, levando à convocação de eleições antecipadas.

A coligação venceu as eleições em fevereiro, mas continua sem maioria absoluta no parlamento.

Questionado sobre o sentido de voto dos socialistas, José Toste reiterou que a posição do PS ainda está “em aberto”, mas disse que “a Saúde é um fator de ponderação muito importante na decisão”.

O deputado socialista disse que o incêndio do Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), em Ponta Delgada, que ocorreu já depois de as propostas terem sido entregues, “apenas adensa a falta de capacidade de resposta daqueles documentos aos problemas dos açorianos”.

“A discussão e a propositura de alterações, naturalmente, poderá levar a uma ponderação distinta, porque a ponderação do PS em relação aos documentos não se alterou. Entendemos que os documentos não são os que melhor servem o futuro dos Açores”, apontou.

José Toste adiantou que o grupo parlamentar do PS “encontra-se a discutir internamente e a ponderar propostas de alteração ao Plano e Orçamento, naturalmente tendo como ponto de partida essencial a questão da Saúde”.

Segundo os socialistas, é preciso rever o financiamento do setor da Saúde e não apenas devido ao incêndio no maior hospital da região.

“O PS acompanha a classificação que foi feita pelo Governo Regional de calamidade em relação ao que aconteceu, mas entende que a discussão sobre a Saúde deve ser alargada e não deve ser centralizada na questão do HDES”, vincou.

José Toste alertou para a necessidade de reforço de recursos humanos nos três hospitais, alegando que o problema “já se colocava antes dos incidentes no HDES”, mas agora é mais urgente.

“No HDES, pela dispersão geográfica do hospital, que deixou de estar centralizado numa infraestrutura; nos restantes hospitais, da Horta e da Terceira, porque vai haver um acréscimo da atividade regular desses hospitais, fruto do encaminhamento, seja para consulta, seja para atividade cirúrgica, de utentes de outras ilhas que tradicionalmente eram encaminhados para o HDES”, justificou.

Para além dos investimentos necessários no hospital de Ponta Delgada, o deputado defendeu a realização de obras de pavimentação do acesso norte ao hospital da ilha Terceira.

“Vivemos uma crise sísmica e todos sabemos que existe um problema no acesso ao HSEIT, que tem um acesso único feito por uma ponte”, frisou, alegando que esse acesso já foi condicionado por questões menores, como inundações ou acidentes rodoviários.

O incêndio no hospital de Ponta Delgada, que ocorreu no dia 04 de maio, obrigou à evacuação de todos os doentes e levou à suspensão da atividade hospitalar no edifício.

Alguns tratamentos de oncologia foram retomados esta semana, mas a direção clínica do hospital disse que a reativação da unidade será feita “lentamente”.

PUB