A Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada (CCIPD) decidiu criar uma comissão especializada da fileira do leite, que integra todos os operadores da cadeia de valor, para definirem uma “estratégia comum” para o setor, foi hoje anunciado.

Num comunicado, a CCIPD refere que a decisão foi tomada na sequência de uma reunião, na segunda-feira, com associados da fileira do leite, incluindo a produção de alimentos compostos para animais, o comércio de produtos e equipamentos, a transformação do leite e a comercialização de laticínios.

O objetivo era o de “analisar os problemas atuais de todas as atividades associadas”.

Na sequência do diagnóstico realizado ao setor, foi decidido criar-se uma Comissão Especializada da Fileira do Leite que “passará a reunir regularmente e a acompanhar o estado desta fileira, em articulação com as partes não representadas como é o caso da lavoura, dos transportes e de outras áreas que contribuem para completar as partes interessadas na fileira”, lê-se no comunicado.

De acordo com a CCIPD, com a criação desta comissão “pretende-se contribuir para a definição de uma estratégia comum e integradora de todos os operadores da cadeia de valor”.

Outro dos objetivos é de que a fileira do leite seja considerada pelo Governo Regional, aquando da definição das políticas públicas, como “competitiva e capaz de gerar, de forma económica, social e ambientalmente sustentável, empregos e rendimentos em todos os seus elos”.

A Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada considera que se está perante “uma fileira fundamental na economia dos Açores pelo peso que tem na geração de riqueza, na geração de empregos diretos e indiretos, no contributo que tem para a fixação de pessoas em todas as localidades e que dá para as exportações e para a substituição de importações”.

Para a CCIPD, a fileira do leite “tem impactos muito significativos em muitas outras atividades como o turismo, o comércio e os transportes, por exemplo” e “não tem havido uma estratégia integrada e integradora para o setor que permita que cada parte participante – lavoura, indústria e comércio – tome decisões conjuntamente coerentes para a melhoria da competitividade”.

De acordo com o órgão, “a informação relevante para toda a fileira, como preços de produtos finais, custos de matérias-primas e custos de serviços fundamentais para o seu funcionamento, é dispersa e não consensualizada para a tomada de decisões mais transparentes para todas as partes”.

“Não há uma instituição consolidada e eficaz que monitorize a competitividade de toda a fileira desta atividade fundamental para a economia, para a sociedade e para a demografia dos Açores”, considera a CCIPD.

A Câmara do Comércio refere que “não existe um sistema atualizado e completo de medição dos seus impactos, como uma conta satélite, à semelhança do que acontece com o turismo e o mar, que já dispõem de instrumentos de medição desta natureza”.

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