O Sindicato dos Trabalhadores da Marinha Mercante, Agências de Viagens, Transitários e Pescas indicou que a greve na Atlânticoline, que começou hoje nos Açores, tem uma adesão de 100%, mas segundo a empresa apenas um maquinista aderiu à paralisação.
“A greve foi de 100%”, afirmou Clarimundo Batista, dirigente sindical, referindo que apenas foi realizada uma ligação marítima hoje de manhã entre as ilhas do Faial e do Pico, mas que estava fixada anteriormente pelo tribunal arbitral como obrigação de serviços mínimos.
Contudo, de acordo com a Atlânticoline, empresa púbica que assegura as ligações marítimas de passageiros e viaturas nos Açores, “apenas o maquinista” da viagem das 10:45 aderiu à greve que hoje teve início “por tempo indeterminado”, embora tal tenha sido suficiente para impedir a travessia entre o Faial e o Pico.
“Nós temos contactado as pessoas que têm bilhetes em viagens fora dos serviços mínimos, a alertar para a greve e muitas têm pedido para trocar”, explicou à Lusa fonte da empresa, adiantando que muitas pessoas “estão informadas e precavidas” e optam por viajar nas viagens de serviços mínimos.
A greve foi decretada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Marinha Mercante, Agências de Viagens, Transitários e Pescas (SIMAMEVIP), que exige aumentos salariais de 15% para os “maquinistas de primeira”, valor que a administração da empresa considera financeiramente “incomportável”.
“A Atlânticoline está disponível para, existindo abertura por parte do SIMAMEVIP, encontrar um patamar de entendimento que permita valorizar os seus colaboradores, mas que não coloque a viabilidade económica e financeira da empresa em risco”, disse anteriormente Francisco Bettencourt, presidente do Conselho de Administração da empresa.
O Tribunal Arbitral fixou como serviços mínimos, durante o período da paralisação, duas ligações marítimas entre as ilhas do Faial e do Pico, uma viagem diária entre Faial, Pico e São Jorge e duas ligações semanais entre as Flores e Corvo.
A Atlânticoline transporta anualmente quase meio milhão de passageiros e cerca de 30 mil viaturas, sobretudo entre as ilhas do Triângulo (Faial, Pico e São Jorge), onde opera todo o ano, com recurso a quatro embarcações (dois navios e dois ferries).