O presidente do Chega considerou no domingo que o resultado do seu partido nas eleições dos Açores, com a eleição de cinco deputados, é uma “grande vitória” e afirmou que “só haverá estabilidade” com um acordo de governo.
“Só haverá estabilidade governativa nos Açores se houver um acordo de governo para os próximos quatro anos. Vamos trabalhar a partir de hoje, e amanhã, para que esse acordo seja possível”, afirmou André Ventura.
O presidente do Chega apontou que, durante a campanha, o partido transmitiu que “só um acordo governativo permitiria essa estabilidade” e que “os açorianos sabiam disso e votaram nisso” nas eleições antecipadas de domingo.
“Este é um processo que pode vir a ser demorado, porque tem que ser sustentado em negociações estruturais, sólidas e que provavelmente não serão conseguidas em dois ou três dias. Mas da nossa parte eu quero deixar a garantia, como já foi dada pelo próprio Chega/Açores de que trabalharemos para ter um acordo de governo que garanta a estabilidade nos Açores”, afirmou.
Apontando que “depois de umas eleições que decorreram da não aprovação de um orçamento, ninguém quererá arriscar nova instabilidade nos próximos meses”, André Ventura sustentou que “o PSD só tem duas escolhas: ou o PS ou um entendimento à direita com o Chega”.
André Ventura disse acreditar que “o PSD, por querer agregar o eleitorado da direita e não juntar-se ao PS, tomará a opção” de ter um governo “estável à direita durante os próximos quatro anos”.
Em declarações aos jornalistas na sede do partido, em Lisboa, o líder do Chega disse também já ter felicitado o presidente do Chega/Açores e deputado eleito, José Pacheco, pelo resultado, mas referiu ainda não ter falado com o líder da coligação PSD/CDS/PPM naquela região autónoma, José Manuel Bolieiro, remetendo esse contacto para a estrutura regional do partido.
Ventura considerou que o Chega será “o partido decisivo da governação dos Açores ao longo dos próximos quatro anos” e “fundamental para assegurar a estabilidade governativa da região”, indicando que “não se furtará a essa responsabilidade”.
Questionado sobre a possibilidade de a coligação vencedora PSD/CDS/PPM governar sozinha, o presidente do Chega considerou que “a AD governou com um apoio parlamentar e correu mal”, considerando que não fazer um acordo seria “uma tamanha irresponsabilidade”.
“Acho que nem o Presidente da República, nem o representante da República, quererão manter um cenário ainda de maior instabilidade. Acho que os açorianos merecem estabilidade, o Chega é um partido de estabilidade, quer ser o garante da estabilidade e vai lutar por essa estabilidade”, salientou.
André Ventura garantiu também que o partido que lidera “nunca se aliará ao PS” e remeteu para a estrutura regional do partido a resposta sobre a possibilidade de apresentação de uma moção de rejeição, caso o PSD não queira fazer um acordo com o Chega.
O presidente do Chega recusou também “extrapolar os resultados regionais para resultados nacionais”, mas assinalou que “já está a materializar-se o crescimento” do seu partido.
“Eu acho que as conclusões a retirar são óbvias para 10 de março, há um partido que vai crescer e que será central na governação do país”, antecipou.
O líder do Chega destacou o “crescimento exponencial” do partido, que passou de dois para cinco eleitos na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores.
Numa declaração que começou antes de conhecidos os resultados totais, André Ventura reclamou “uma grande vitória do Chega”, que “mais do que duplica o resultado eleitoral”.
Nas últimas eleições regionais dos Açores, em 2020, o Chega conseguiu 5.262 votos e hoje, de acordo com os resultados provisórios, obteve 10.626.
Ventura afirmou também que se “deve em grande medida ao crescimento exponencial do Chega em todas as ilhas dos Açores” que a esquerda não tenha alcançado maioria do parlamento regional.
A coligação PSD/CDS-PP/PPM venceu hoje as eleições regionais dos Açores, com 42,08% dos votos, mas com 26 lugares no parlamento, ficando a três deputados da maioria absoluta, segundo dados oficiais provisórios.
O PS é a segunda força no arquipélago, com 23 mandatos (35,91%), seguido pelo Chega, com cinco mandatos (9,19%).
BE (2,54%), IL (2,15%) e PAN (1,65%) elegeram um deputado regional cada, completando os 57 eleitos.