O secretário-geral do Juntos Pelo Povo (JPP), Élvio Sousa, reconheceu hoje que os resultados obtidos pelo partido nas eleições regionais dos Açores “não foram satisfatórios”, falhando o objetivo de eleger pelo menos um deputado.
“Não foram resultados satisfatórios e [não cumprimos] os objetivos que nós tínhamos à partida que era a eleição de, pelo menos, um deputado”, afirmou o dirigente do JPP, partido formado na Madeira e que se estreou em eleições açorianas.
Segundo dados oficiais provisórios disponibilizados pela Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, o JPP conseguiu nas eleições regionais antecipadas de hoje nos Açores 625 votos (0,54%).
Criado na Madeira, com raízes num movimento de cidadãos, o JPP apresentou-se pela primeira vez a eleições nos Açores, com candidaturas em seis círculos: São Miguel, Terceira, Faial, Flores, Santa Maria e compensação.
Em declarações à agência Lusa, Élvio Sousa realçou que o JPP deixou “uma semente na Região Autónoma dos Açores” e assegurou que prosseguirá o trabalho de consolidação daquela estrutura regional para continuar a “defender e valorizar” as autonomias.
O líder do Juntos Pelo Povo concluiu ainda que “ficou evidente” que os partidos que criaram instabilidade no arquipélago, com a não aprovação do orçamento regional, foram os mais penalizados, “com exceção do Chega”.
E acrescentou que, “uma vez mais, o cenário eleitoral demonstrou que os açorianos não estão para dar maiorias absolutas”.
A coligação PSD/CDS-PP/PPM venceu hoje as eleições regionais dos Açores, mas ficou a três deputados da maioria absoluta, quando estão apuradas todas as freguesias, segundo dados oficiais provisórios.
De acordo com informação disponibilizada pela Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, a coligação, que governa a região desde 2020, conseguiu 42,08% dos votos e 26 lugares no parlamento regional, constituído por um total de 57 deputados.
O PS elegeu 23 deputados, o Chega cinco, enquanto BE, IL e PAN alcançaram um mandato cada.
Em 2020, o PS venceu, mas perdeu a maioria absoluta, surgindo a coligação pós-eleitoral de direita, suportada por uma maioria de 29 deputados após a coligação PSD/CDS/PPM assinar acordos de incidência parlamentar com o Chega e a IL (que o rompeu em 2023). PS, BE e PAN tiveram, no total, 28 mandatos.
O Presidente da República decidiu dissolver o parlamento açoriano e marcar eleições antecipadas para hoje, após o chumbo do Orçamento para este ano.
Onze candidaturas concorreram às legislativas regionais: PSD/CDS-PP/PPM, ADN, CDU (PCP/PEV), PAN, Alternativa 21 (MPT/Aliança), IL, Chega, BE, PS, JPP e Livre.