O coordenador do BE/Açores desafiou hoje o PS regional e o líder socialista, Vasco Cordeiro, a “olhar para a sua esquerda” e para o diálogo “à esquerda” para que se possa “romper com a política de empobrecimento” no arquipélago.

“O que ouvimos Vasco Cordeiro dizer é que está disponível para dialogar também à direita. Ora que mudança é que se fará com quem empobreceu os Açores com quem esteve no Governo nos últimos três anos?”, questionou António Lima, que é também cabeça de lista às eleições regionais de domingo pelos círculos de São Miguel e da compensação.

O dirigente regional do BE falava após visitar o Pólo dos Açores do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (CIBIO Açores), na Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade dos Açores, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel.

“Temos dito ao longo desta campanha que estamos disponíveis para o diálogo e as condições neste momento antes das eleições são o nosso programa eleitoral inteiro”, sustentou António Lima.

O dirigente regional do BE voltou a referir que só o Bloco garante que “há uma rutura com a política de direita que empobreceu os Açores”, reiterando que o partido não está disponível para viabilizar “qualquer Governo de direita”.

“Aquilo que é preciso é que o PS e Vasco Cordeiro abandonem essa ideia de que seria possível uma qualquer mudança de política com os mesmos que trouxeram este caos de Governo, que empobreceram a região, com o PSD, o CDS, com o PPM, com a Iniciativa Liberal (IL). É preciso afastar todos os partidos que estiveram nesta solução de Governo de direita e isto inclui o Chega também”, vincou.

Na sua visita à Universidade dos Açores, o candidato assinalou a medida defendida no programa eleitoral do Bloco, em “tornar os Açores como a primeira região do país em que o Ensino Superior seja gratuito”.

“Nos Açores temos um atraso muito significativo ao nível da qualificação da nossa população. Os nossos jovens, muitos deles, desistem de estudar, porque não têm condições para prosseguir os estudos e desistem”, apontou.

No entender do candidato, é preciso “quebrar este ciclo” e “garantir que nenhum jovem dos Açores deixa de chegar ao Ensino Superior por questões financeiras”.

A medida do BE prevê o pagamento das propinas, o pagamento de três viagens para o exterior ou interilhas no caso da Universidade dos Açores aos alunos açorianos no Ensino Superior.

“Mas, também um apoio ao alojamento, uma das principais despesas que as famílias têm”, concretizou ainda António Lima.

O Presidente da República decidiu dissolver o parlamento açoriano e marcar eleições antecipadas para 04 de fevereiro após o chumbo do Orçamento para este ano. Onze candidaturas concorrem às legislativas regionais, com 57 lugares em disputa no hemiciclo: PSD/CDS-PP/PPM (coligação que governa a região atualmente), ADN, CDU (PCP/PEV), PAN, Alternativa 21 (MPT/Aliança), IL, Chega, BE, PS, JPP e Livre.

Em 2020, o PS venceu, mas perdeu a maioria absoluta, surgindo a coligação pós-eleitoral de direita, suportada por uma maioria de 29 deputados após assinar acordos de incidência parlamentar com o Chega e a IL (que o rompeu em 2023). PS, BE e PAN tiveram, no total, 28 mandatos.

 

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