O cabeça de lista do partido Juntos Pelo Povo (JPP) por São Miguel e pelo círculo de compensação às eleições regionais dos Açores alertou hoje para a falta de enfermeiros, pedindo condições para se formarem mais no arquipélago.
Em declarações à agência Lusa, após uma reunião com um sindicato de enfermeiros, em Ponta Delgada, Carlos Furtado destacou haver “poucos enfermeiros na região”, o que obriga a estes profissionais a “trabalhar muitas horas por mês, para cumprir as necessidades mínimas de prestação de cuidados de saude aos utentes da região”.
Por outro lado, “são, aproximadamente 80 pessoas por ano que são formadas” em enfermagem na região, “o que é insuficiente”, atendendo às pessoas que abandonam a profissão, deixam a região ou vão para a reforma, apontou o candidato.
“Essa situação só pode ser suprimida se se criar condições para haver mais formação de enfermeiros na região”, declarou Carlos Furtado, considerando ser “preciso dotar a Universidade dos Açores de mais capacidade para formar enfermeiros”.
Para o cabeça de lista, “o não investimento na formação representa um prejuízo anual para a qualidade dos serviços que são prestados à população”.
“O alerta que deixamos é a necessidade de investir na formação e na fixação de profissionais, porque dos cerca de 80 enfermeiros que são formados por ano”, aproximadamente 15 deixam o arquipélago todos os anos, escolhendo outros locais de trabalho, adiantou.
O cabeça de lista do JPP observou ainda que, caso não haja “condições para fixar os enfermeiros na região” e “para que se formem mais enfermeiros todos os anos”, o problema das escalas de serviço vai ser sempre resolvido com “recurso a horas extraordinárias e isso prejudica o trabalho que é feito”.
“O profissional [ao] fazer horas extraordinárias não tem o mesmo rendimento do que o profissional que faz só as horas regulares e isso, obviamente, vai refletir-se no serviço prestado à população”, assinalou.
Segundo Carlos Furtado, também coordenador regional do JPP, é igualmente necessária a valorização dos enfermeiros, exemplificando com um suplemento remuneratório que possa atender aos custos para a sua fixação, “nomeadamente nas ilhas mais pequenas”.
O Presidente da República decidiu dissolver o parlamento açoriano e marcar eleições antecipadas para o próximo domingo, dia 04 de fevereiro, após o chumbo do Orçamento para este ano. Onze candidaturas concorrem às legislativas regionais, com 57 lugares em disputa no hemiciclo: PSD/CDS-PP/PPM (coligação que governa a região atualmente), ADN, CDU (PCP/PEV), PAN, Alternativa 21 (MPT/Aliança), IL, Chega, BE, PS, JPP e Livre.
Em 2020, o PS venceu, mas perdeu a maioria absoluta, surgindo a coligação pós-eleitoral de direita, suportada por uma maioria de 29 deputados após assinar acordos de incidência parlamentar com o Chega e a IL (que o rompeu em 2023). PS, BE e PAN tiveram, no total, 28 mandatos.