O líder do Chega/Açores defendeu hoje que o Governo Regional deve chegar-se “à frente” na obra de recuperação do porto das Lajes das Flores, exigindo depois a verba ao Governo da República.

“Não podemos estar constantemente a acusar, ora uns ora outros, e a obra [de reconstrução do porto das Lajes das Flores] não se faz. São os florentinos que ficam prejudicados com isso, isso não é algo aceitável. Nós temos que pôr as pessoas à frente das questões partidárias ou políticas. Ora é o Governo da República, outra é o Governo Regional”, afirmou .

Em outubro de 2019, o porto das Lajes das Flores sofreu avultados danos devido ao furacão Lorenzo, tendo os prejuízos sido inicialmente calculados pelo anterior Governo Regional (PS) em 313,3 milhões de euros, que deveriam ser suportados pela República em 80%.

José Pacheco, que é cabeça de lista às legislativas regionais antecipadas de 04 de fevereiro pelo círculo eleitoral de São Miguel e pela compensação, salientou que “a obra é para se fazer”, defendendo que é preciso que o Governo Regional “se chegue à frente”, exigindo depois a verba ao Governo da República.

O candidato do Chega, que hoje esteve em campanha na ilha das Flores, fez ainda alusão a declarações o atual presidente do Governo Regional e que é novamente candidato às eleições de 04 de fevereiro, o social-democrata José Manuel Bolieiro, que disse na quarta-feira que o líder do PS/Açores, após as regionais de 2020, tentou formar coligação com o CDS-PP.

“É que, após a noite eleitoral o primeiro a ir contactar o líder do CDS-PP para oferecer uma coligação, não fui eu, foi o Dr. Vasco Cordeiro. E, portanto, o homem que hoje nada a recomendava, foi a quem se dirigiu para tentar manter-se no poder, numa coligação que foi rejeitada”, declarou José Manuel Bolieiro, na Graciosa, na apresentação dos candidatos às eleições regionais antecipadas.

Classificando as ‘picardias’ entre a coligação PSD/CDS-PP/PPM e o PS como “política de cabaré”, José Pacheco lamentou que se discuta “o que é não é importante para os açorianos”.

O Presidente da República decidiu dissolver o parlamento açoriano e marcar eleições antecipadas para 04 de fevereiro após o chumbo do Orçamento para este ano. Onze candidaturas concorrem às legislativas regionais, com 57 lugares em disputa no hemiciclo: PSD/CDS-PP/PPM (coligação que governa a região atualmente), ADN, CDU (PCP/PEV), PAN, Alternativa 21 (MPT/Aliança), IL, Chega, BE, PS, JPP e Livre.

Em 2020, o PS venceu, mas perdeu a maioria absoluta, surgindo a coligação pós-eleitoral de direita, suportada por uma maioria de 29 deputados após assinar acordos de incidência parlamentar com o Chega e a IL (que o rompeu em 2023). PS, BE e PAN tiveram, no total, 28 mandatos.

 

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