O líder do ADN/Açores defendeu hoje um acordo entre todos os partidos que assegure uma “projeção de futuro” nas pescas regionais para além das legislaturas e dos governos.
Rui Matos reuniu no quinto dia da campanha para as legislativas regionais de 04 de fevereiro com a Federação de Pescas dos Açores, em Ponta Delgada, tendo referido que o setor é “muito importante porque representa mais de 24% do PIB regional”.
Em declarações à Lusa, via telefone, o candidato pelos círculos eleitorais de São Miguel e da compensação afirmou que “há uma necessidade da parte dos pescadores” de celebrar um “acordo entre todos os partidos que assegure uma “previsão de futuro” ao setor para além das legislaturas e dos governos, que se mantenha “pelo menos entre 10 a 20 anos”.
“Tem que ser um acordo feito por todos os partidos, porque senão basta mudar de governo e as coisas alteram-se todas novamente”, declarou Rui Matos.
O candidato considerou que o aumento dos combustíveis gerou custos acrescidos de 125% nas pescas dos Açores, defendendo a adoção de medidas por parte do futuro Governo dos Açores para atenuar estes impactos negativos.
Rui Matos referiu que o Governo dos Açores “prescindiu de um apoio [da União Europeia] de 3,5 milhões de euros para a área das pescas, para apoiar os pescadores em despesas de combustível”.
O candidato defendeu que a valorização dos rendimentos dos pescadores passa por um regulamento do preço do pescado em lota que permita mais valor para estes trabalhadores, que recebem um valor inferior ao preço de venda.
“Há uma grande diferença da margem de lucro que não está bem distribuída. Quem ganha mais nas pescas são os distribuidores e as grandes superficies comerciais”, afirmou o candidato.
Rui Matos foi nas anteriores legislativas regionais candidato pelo PPM e anteriormente líder do PDA, partido com sede regional, entretanto extinto.
O Presidente da República decidiu dissolver o parlamento açoriano e marcar eleições antecipadas para 04 de fevereiro após o chumbo do Orçamento para este ano. Onze candidaturas concorrem às legislativas regionais, com 57 lugares em disputa no hemiciclo: PSD/CDS-PP/PPM (coligação que governa a região atualmente), ADN, CDU (PCP/PEV), PAN, Alternativa 21 (MPT/Aliança), IL, Chega, BE, PS, JPP e Livre.
Em 2020, o PS venceu, mas perdeu a maioria absoluta, surgindo a coligação pós-eleitoral de direita, suportada por uma maioria de 29 deputados após assinar acordos de incidência parlamentar com o Chega e a IL (que o rompeu em 2023). PS, BE e PAN tiveram, no total, 28 mandatos.