O coordenador regional da IL nos Açores, Nuno Barata, acusou hoje o executivo açoriano de coligação (PSD/CDS-PP/PPM) de não cumprir, “em sucessivos orçamentos”, com projetos inscritos nos documentos, deixando vários “na gaveta”.
No quarto dia de campanha para as legislativas regionais de 04 de fevereiro, Nuno Barata, cabeça de lista pelos círculos de São Miguel e da compensação, visitou a Casa do Povo da Maia, na ilha de São Miguel, para alertar para a necessidade de construir um novo posto de saúde que sirva a população daquela zona do concelho da Ribeira Grande.
“A construção do posto de saúde da Maia só ainda não arrancou, porque a coligação não quis fazer e porque não se entenderam entre partidos. Porque não se entenderam com os seus próprios deputados dos seus próprios partidos, com graves prejuízos financeiros para a região e para a população da Maia”, disse o candidato, em declarações aos jornalistas.
E, acrescentou Nuno Barata, “esta também foi uma das razões pela qual nós denunciámos o acordo de incidência parlamentar, porque, de facto, as nossas pretensões, aquilo que nós tínhamos inscrito nos sucessivos orçamentos, não foi cumprido pelo Governo da coligação”.
“A Câmara Municipal da Ribeira Grande, numa reunião connosco, comprometeu-se em oferecer o projeto do posto de saúde. Nós inscrevemos no orçamento de 2021 uma verba para se iniciarem as obras. Mas, os desentendimentos entre os membros da coligação fizeram com que esse projeto tivesse ficado sempre na gaveta”, referiu ainda.
Nuno Barata explicou que a Casa do Povo tinha “cedido um terreno” que permitiria “agregar todas as valências”.
Segundo disse, esse terreno está localizado ao lado da Casa do Povo da Maia e a IL tinha “a ambição” de, no início da legislatura, potenciar “também condições” para a instalação de um novo posto de saúde, alegando que as atuais instalações “não servem os cerca de 5.000 utentes” da zona leste do concelho da Ribeira Grande.
“Um novo posto de saúde faz muita falta na Maia. Na Lagoa mudou-se apenas o nome, mas os serviços prestados são precisamente os mesmos e criou-se mais dois ou três lugares de chefia”, apontou Nuno Barata, afirmando que existem “muitos concelhos dos Açores que nem chegam a ter 5.000 habitantes, mas têm centros de saúde extraordinários”.
A fixação de população “também se faz pela via de garantir acessibilidade à saúde e educação”, acrescentou o dirigente regional da IL.
Realçando que a Casa do Povo da Maia foi “um dos primeiros locais” que o deputado único da IL no parlamento dos Açores visitou logo após as regionais de 2020, o candidato sublinhou a “qualidade extrema” do serviço prestado nas duas valências, uma para idosos e ainda uma creche para crianças.
O Presidente da República dissolveu o parlamento açoriano e marcou eleições antecipadas após o chumbo do Orçamento para este ano.
Onze candidaturas concorrem às legislativas regionais: PSD/CDS-PP/PPM (coligação que governa a região atualmente), ADN, CDU (PCP/PEV), PAN, Alternativa 21 (MPT/Aliança), IL, Chega, BE, PS, JPP e Livre.
Em 2020, o PS venceu, mas perdeu a maioria absoluta, surgindo a coligação pós-eleitoral de direita, suportada por uma maioria de 29 deputados após assinar acordos de incidência parlamentar com o Chega e a IL (que o rompeu em 2023). PS, BE e PAN tiveram, no total, 28 mandatos.