Rui Matos

O coordenador do ADN/Açores, Rui Matos, alertou hoje para a “grave carência” de enfermeiros no Serviço Regional de Saúde, devido à “autêntica desgovernação” dos Governos regionais do PS e do executivo de coligação de direita.

“Há uma autêntica desgovernação na saúde, uma área fundamental que não podemos prescindir. E se as lacunas não forem colmatadas dentro de cinco ou 10 anos ainda vai aumentar mais a falta de profissionais nos Açores. Isto com a agravante que existe um hospital privado que está a recrutar os melhores médicos e enfermeiros”, apontou Rui Matos, em declarações à agência Lusa.

O cabeça de lista pela ilha de São Miguel e pelo círculo de compensação às eleições regionais antecipadas de 04 de fevereiro falava após reunir com a direção do Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Açores), no âmbito da campanha eleitoral.

Rui Matos disse que existem muitos jovens enfermeiros que estão a sair do arquipélago para “outros países europeus” que oferecem “outras condições e outras garantias de progressões nas carreiras e ordenados quatro vezes mais do que nos Açores”.

“Um enfermeiro em início de carreira começa com 900 e tal euros, isto depois de muitos anos a estudar e um curso superior na Universidade, por isso veem que aqui nos Açores não há futuro”, sustentou o coordenador do ADN/Açores, partido que se estreia neste ato eleitoral na região.

Ainda segundo o candidato, “há enfermeiros que trabalham na privada, nomeadamente nas santas casas da misericórdia que fazem horas por valores abaixo do ordenado mínimo nacional”.

“O Governo devia por mão a isto”, apontou Rui Matos, dizendo ainda que devido à falta de profissionais existem “hospitais onde os enfermeiros estão a fazer dois turnos”.

Rui Matos garantiu que caso o ADN consiga eleger “um ou dois deputados vai debruçar-se sobre a situação dos enfermeiros”, mas também sobre a questão dos técnicos auxiliares de ação médica, que “têm as suas carreias congeladas há muitos anos”, mas com “muitas promessas do executivo regional” de coligação (PSD/CDS-PP/PPM) e dos anteriores Governos açorianos socialistas.

“Os sucessivos governos, principalmente o de Vasco Cordeiro (PS), aquele que esteve mais tempo no Governo, e que agora passa a vida na rua a dar beijinhos a toda a gente por ser tempo de eleições, esqueceram-se deste problema grave de falta de enfermeiros. E a coligação também”, vincou o candidato.

O Presidente da República dissolveu o parlamento açoriano e marcou eleições antecipadas após o chumbo do Orçamento para este ano.

Onze candidaturas concorrem às legislativas regionais: PSD/CDS-PP/PPM (coligação que governa a região atualmente), ADN, CDU (PCP/PEV), PAN, Alternativa 21 (MPT/Aliança), IL, Chega, BE, PS, JPP e Livre.

Em 2020, o PS venceu, mas perdeu a maioria absoluta, surgindo a coligação pós-eleitoral de direita, suportada por uma maioria de 29 deputados após assinar acordos de incidência parlamentar com o Chega e a IL (que o rompeu em 2023). PS, BE e PAN tiveram, no total, 28 mandatos.

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