O Bloco de Esquerda quer implementar um modelo de transportes públicos coletivos que permita “uma deslocação fácil, rápida e barata”. António Lima lembra que o parlamento aprovou uma proposta do Bloco com este objetivo, mas o governo de direita não implementou a medida. O candidato do Bloco lembra ainda que o PS se juntou à coligação para chumbar a fixação do preço máximo do passe mensal em 9 euros, que constava da proposta do Bloco.

Os candidatos e as candidatas do Bloco de Esquerda por São Miguel realizaram hoje uma viagem de autocarro entre a Fajã de Cima e o centro de Ponta Delgada, e a primeira conclusão apontada por António Lima após a viagem é que os preços dos transportes públicos estão muito elevados: “Um euro e quatro cêntimos por uma viagem de cerca de 10 minutos é muito caro”.

Por isso, o Bloco pretende implementar uma verdadeira transformação profunda no funcionamento dos transportes públicos na Região, que passa pela criação de passes mensais com preço máximo de 9 euros, que permitam a utilização de autocarros e minibus – também os navios nas ilhas em que esse transporte está disponível – sem limite de viagens por mês, numa determinada zona, em vez de ser apenas um percurso.

“O atual serviço de autocarros não serve as pessoas, tem horários desajustados em relação às necessidades e os preços são muito elevados”, assinala o candidato do Bloco, que deu o exemplo do preço de um passe mensal entre Ponta Delgada e Ribeira Grande: “Mais de 50 euros… Isso não faz qualquer sentido”.

Criar um modelo de transportes públicos que sirva as pessoas e que seja barato é fundamental para assegurar a mobilidade das pessoas, mas também a forma mais justa de fazer uma transição energética nos transportes.

“A transição energética para os veículos elétricos é importante, mas a maioria das pessoas não tem dinheiro para adquirir um carro elétrico”, refere António Lima.

“Tudo isto já devia estar mais do que resolvido”, disse o coordenador do Bloco. E de facto, podia já estar resolvido se o governo da coligação PSD, CDS e PPM cumprisse a proposta do Bloco que foi aprovada no parlamento dos Açores.

Mas esta proposta do Bloco que altera o funcionamento e indica uma redução significativa do preço dos passes “teve veto de gaveta por parte do governo de José Manuel Bolieiro, que ainda não regulamentou a medida”, explicou António Lima.

Sabemos que com o governo da coligação “não vai acontecer” uma profunda alteração ao funcionamento dos transportes públicos, e “sabemos que uma maioria absoluta do PS também não vai deixar” baixar o preço significativamente, aponta o primeiro candidato do Bloco por São Miguel e pelo Círculo Regional de Compensação.

“Por isso, o voto no Bloco é fundamental para garantir que temos transportes públicos que servem as pessoas, que garantem uma transição energética mais justa e que coloquem as pessoas a usar transportes públicos não apenas por não terem outra opção, mas efetivamente porque será a melhor solução”, concluiu António Lima.

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