O concurso para a privatização da Azores Airlines recebeu duas propostas, apresentadas pelo Atlantic Consortium e pelo consórcio NewTour/MSAviation, que ofereceram 6,50 euros por cada ação da companhia responsável pelas ligações com o exterior dos Açores, foi hoje revelado.
O anúncio foi realizado durante o ato público de abertura das propostas referentes ao concurso público internacional para a privatização da transportadora, que decorreu hoje na sede do Grupo SATA, em Ponta Delgada.
Segundo o presidente do júri, Augusto Mateus, a primeira proposta, do NewTour/MSAviation, foi apresentada hoje às 11:37 e pretende adquirir 760 mil ações, com um preço global de 4,940 milhões de euros (6,50 euros por cada ação).
Já a segunda proposta, do Atlantic Consortium, deu entrada às 11:43, com um preço total de 4,875 milhões de euros, oferecendo 6,50 euros por cada ação.
Face às semelhanças entre as duas propostas, o caderno de encargos prevê a realização de um novo ato público de forma a permitir aos concorrentes a alteração dos valores, segundo o presidente do júri.
“Quando não há uma base para discriminar – aqui [o valor por ação] é mesmo igual – o caderno de encargos prevê o procedimento que agora vamos organizar: o de haver uma reunião em que os concorrentes, perante a informação que hoje obtiveram, melhorarem ou não a respetiva proposta”, afirmou Augusto Mateus aos jornalistas, após a sessão.
Segundo o responsável, o novo ato público deverá decorrer na “próxima semana”, conforme as “disponibilidades”.
“A perspetiva não é fazer de ‘pai severo’. É a de cumprir rigorosamente tudo o que está no caderno de encargos, mas se houver questões formais que estejam insuficientemente preenchidas dar um prazo a cada concorrente para suprir a deficiência”, destacou.
Augusto Mateus lembrou ainda que o relatório do júri com a ordenação das propostas deverá ficar concluído em “finais de setembro”.
No final do ato público, o representante da NewTour/MSAviation, Tiago Raiano, não adiantou se o consórcio vai alterar os valores da proposta, destacando que o processo é “complexo”.
“É um processo transparente, com o formalismo correto. O facto de existirem duas propostas é relevante para a SATA, com dois consórcios com ligações aos Açores. É importante para os Açores”, afirmou aos jornalistas o diretor executivo da NewTour, empresa com sede no arquipélago e ligada ao setor do turismo.
O representante do Atlantic Consortium, Luís Nunes (gestor que lidera o portal de viagens Azores Getaways) não quis prestar declarações à imprensa.
O Atlantic Consortium é formado pelas empresas Vesuvius Wings, White Airways, Old North Ventures, Consolidador e EuroAtlantic Airways.
Em 07 de março, o executivo açoriano revelou que o caderno de encargos da privatização da Azores Airlines previa uma alienação de no mínimo 51% e, no máximo, 85% do capital social da companhia pública regional.
O concurso de privatização foi aberto nesse mês, com um período de 90 dias para a apresentação de propostas, até 20 de junho, mas o prazo foi prorrogado até 31 de julho, na sequência de “pedidos informais e formais” de possíveis interessados.
A Comissão Europeia aprovou uma ajuda estatal portuguesa para apoio à reestruturação da companhia aérea de 453,25 milhões de euros em empréstimos e garantias estatais, prevendo ‘remédios’ como uma reorganização da estrutura e o desinvestimento de uma participação de controlo (51%) na Azores Airlines, a companhia do grupo SATA responsável pelas ligações com o exterior do arquipélago.