1. Educação para a Cidadania

Assim se denomina a disciplina, aparentemente, mais famosa dos nossos filhos. Dado o alvoroço gerado pós intervenção de Luís Montenegro, confesso que perdi um tempinho a ver do que se trata. Comecei pela Lei de Bases do Sistema Educativo, depois passei pelo diploma que estabelece o currículo dos ensinos básico e secundário e os princípios orientadores da avaliação das aprendizagens (Decreto-Lei n.º 55/2018, 6 de julho), a seguir li o Despacho n.º 6173/2016, de 10 de maio, que cria o grupo de trabalho de Educação para a Cidadania e Igualdade, e terminei com uma leitura de uma síntese sobre “Cidadania e Desenvolvimento” que consta no portal da Direção-Geral da Educação. Cumprido este périplo, e voltando à intervenção de Luís Montenegro no Congresso do PSD, não posso acompanhar o coro de críticas ao anúncio de revisão do programa da disciplina de Educação para a Cidadania. Sem prejuízo de não me rever no tom comicieiro do “vamos reforçar o cultivo dos valores constitucionais e libertar esta disciplina das amarras a projetos ideológicos ou de fação”, e muito menos ainda no estrondoso aplauso dos congressistas presentes, reitero que não me junto às críticas que li e ouvi. Quase todos os partidos da oposição viram nesta parte da intervenção de Montenegro uma aproximação, ou até mesmo uma apropriação, de temas ou agenda do Chega. E é aqui que discordo totalmente. E a razão é muito simples de explicar. Para mim, não há temas ou agendas exclusivas de partido nenhum. Em Democracia, pelo menos na minha visão desta, não há temas de uns e de outros. Todos os partidos têm de ter posição sobre tudo. Não pode haver medo de discutir o que quer que seja. Não pode haver assuntos tabu. Remeter a matéria aqui em causa ou as questões inerentes à segurança ou ao rendimento social de inserção ou à imigração ou a outro qualquer assunto para um único partido é um erro crasso. O “combate” ao Chega faz-se sem fugir da “arena”. A falta de comparência nunca é solução. Ainda para mais quando as diferenças – políticas, ideológicas ou o que se queira chamar – são tão gritantes. Acresce que, até agora, ninguém sabe o que virá a coberto da anunciada revisão do programa da dita disciplina. A não ser que a disciplina, por alguma razão que confesso desconhecer num Estado de Direito Democrático, não possa mesmo ser objeto de qualquer revisão ou alteração…

  1. Mérito Desportivo Escolar

No passado domingo teve lugar, no Teatro Micaelense, a 9.ª Gala de Mérito Desportivo Escolar. Este é um daqueles eventos que merece cada um dos elogios que recebe. Está, por isso, de parabéns a Associação de Futebol de Ponta Delgada, na pessoa do Presidente Robert Câmara, por promover uma iniciativa que comprova, para quem tenha dúvidas, que Desporto e Escola ficam tão bem lado a lado. A compatibilização não só é possível, como é desejável. A prática desportiva é fundamental para o crescimento dos nossos filhos. Para tal, é imprescindível que haja cada vez mais infraestruturas desportivas condignas disponíveis, cada vez mais clubes e cada vez mais agentes desportivos. Sem prejuízo deste desejo, impõe-se estender as felicitações a todos os clubes e seus dirigentes que dão, diariamente, o seu melhor em prol dos nossos filhos. De parabéns estão igualmente todos os familiares e amigos que possibilitam as condições para a prática desportiva. E por fim, são devidos os maiores encómios a quem está no centro de todo este mundo: os jovens atletas/estudantes. A todos estes nossos campeões recém premiados, deixo aqui as minhas felicitações e um profundo agradecimento. Que o vosso sucesso seja o sucesso de muitos outros colegas e amigos num futuro muito próximo!

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