A secretária do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas do Governo dos Açores adiantou hoje que os próximos 15 dias serão suficientes para limpar a estrada de acesso à freguesia da Ribeira Quente, alvo de derrocadas na semana passada.

“A limpeza é um trabalho contínuo. Quando acabar, acabou. Os próximos 15 dias serão suficientes com certeza”, afirmou Berta Cabral aos jornalistas na estrada da Ribeira Quente, no concelho da Povoação, a única via de acesso à freguesia localizada na costa sul de São Miguel.

Em 07 de junho, aquela estrada esteve cortada ao trânsito cerca de 15 horas, devido a uma derrocada, obrigando 50 pessoas a pernoitar num centro social.

A estrada ficou obstruída por volta das 15:20 (16:20 em Lisboa) de terça-feira, na sequência de uma derrocada de grandes dimensões, e só foi reaberta ao trânsito pelas 06:20 do dia seguinte.

Hoje, Berta Cabral destacou que os trabalhos de limpeza vão incluir a “retirada de materiais mais soltos e que constituem perigo”, através da provocação de derrocadas controladas.

“Há que fazer as limpezas. O trabalho é gigantesco. Os meios, aqueles que são necessários, estão todos mobilizados. Já houve vistorias por ‘drone’ e há materiais que vamos tentar retirá-los por queda provocada em vez de estar à espera de novas derrocadas. Vamos ter a colaboração de equipas especializadas”, vincou.

Apesar de o alerta amarelo para o grupo Oriental do arquipélago (Santa Maria e São Miguel), que vai vigorar entre as 12:00 de hoje e as 15:00 de terça-feira, Berta Cabral assinalou que em “princípio” não vai ser necessário vedar a estrada à circulação.

“Nós temos o nosso pessoal permanentemente no terreno. Se a situação começar a agravar-se, nessa altura tomaremos as decisões, em consonância com a perceção da Proteção Civil”, reforçou.

A secretária regional reiterou que o Governo Regional vai “estudar soluções mais definitivas” para o acesso à Ribeira Quente e destacou que o semi-túnel que está a ser construído no local “cumpriu com o seu objetivo”.

“Quanto ao semi-túnel, do ponto de vista da sua conceção, cumpriu rigorosamente o objetivo de proteger de todas as derrocadas que houve naquela zona. Não houve qualquer tipo de obstáculo ou obstrução da circulação no local. Foi um pouquinho mais à frente. Temos também de encontrar uma solução para a outra parte do troço”, destacou.

A “solução”, reconheceu, pode passar pelo “prolongamento” daquele semi-túnel que está em fase final de construção e cuja consignação decorreu em 2021.

“Até ao final deste ano, termina esta obra. Se houver alguma evolução, é possível que se prolongue em função de alguma alteração de projeto. Para já neste momento, o que está adjudicado, termina no final de 2023”, realçou.

Quando questionada, a secretária regional adiantou que os “prejuízos ainda não estão contabilizados” e elogiou a “resiliência” da população da Ribeira Quente.

“Foram apenas prejuízos físicos. Não houve nenhuma vitima a lamentar, nem nenhuma situação crítica. Neste sentido, temos de continuar este caminho de trabalho e atenção permanente”, afirmou, rejeitando que as ocorrências coloquem em causa o maior festival da freguesia, a Festa do Chicharro, marcado para 06 a 08 de julho.

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