O PS/Açores considerou hoje que a suspensão da privatização da Azores Airlines e de dois hotéis é decisão que “parece defender mais o interesse do próprio Governo Regional” do que “o interesse da SATA e dos açorianos”.

O Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM) suspendeu hoje os processos de privatização da companhia de aviação Azores Airlines e dos hotéis das ilhas das Flores e da Graciosa, devido à atual situação política na região.

Para o vice-presidente do grupo parlamentar do PS/Açores, Carlos Silva, a decisão “parece defender mais o interesse do próprio Governo Regional e dos partidos da coligação do que propriamente o interesse da SATA e dos açorianos”.

Segundo o socialista, desde o início que os processos de privatização da companhia aérea e dos dois hotéis foram “pouco transparentes” e o Governo Regional “não divulgou informação que foi requerida pelo parlamento”.

“Nós ainda não conhecemos sequer o relatório do júri do processo de privatização da Azores Airlines”, disse numa declaração enviada à agência Lusa, acrescentado que o partido também desconhece o “conteúdo exato do processo de restruturação negociado com a Comissão Europeia”.

Se, para o Governo Regional, a sobrevivência da SATA dependia do processo de privatização, “então como é que fica a SATA” e “como é que fica salvaguardado o futuro da SATA com essa suspensão desse processo”, questiona Carlos Silva.

Em relação aos hotéis, o responsável diz que também “não se sabe nada”.

Numa nota hoje publicada, o executivo liderado por José Manuel Bolieiro indicou a decisão de “suspender os processos públicos de alienação da Azores Airlines e dos hotéis das Flores e Graciosa” detidos pelo arquipélago.

“A atual situação política na Região Autónoma dos Açores, com o Orçamento Regional inviabilizado pelos partidos da oposição, e a mais do que provável futura dissolução do parlamento regional, com convocação de eleições legislativas regionais antecipadas, impõe, no entendimento ético democrático do Governo Regional dos Açores, a adequada decisão de suspensão dos concursos de alienação, para efeitos de privatização, de parte do Setor Público Empresarial Regional”, lê-se.

Segundo a nota, o Governo dos Açores comunicou aos Conselhos de Administração da SATA Holding S.A e da empresa Ilhas de Valor que “suspendessem a tramitação dos concursos públicos até que a situação se encontre clarificada e seja assumida decisão definitiva pelo novo Governo Regional, resultante das futuras eleições legislativas regionais”.

“Esta é a forma mais responsável e mais conforme à ética democrática de decidir, no atual contexto, pela defesa do superior interesse dos Açores e dos açorianos”, justificou o executivo açoriano.

Para o vice-presidente do grupo parlamentar do PS/Açores, Carlos Silva, o executivo alega que tomou uma “decisão responsável e de acordo com a ética democrática”, mas, nos últimos tempos, “tem feito uma campanha abusiva de prometer tudo a todos” e “sem se preocupar minimamente com a ética democrática, com a responsabilidade”.

“Esta é uma decisão do Governo que traduz aquela que tem sido a sua incapacidade e a sua incompetência, nos últimos três anos, em governar a Região Autónoma dos Açores”, concluiu o socialista.

 

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