O PAN/Açores questionou o Governo açoriano sobre o patrocínio do executivo a eventos tauromáquicos, considerando que o financiamento público da tauromaquia “é uma opção política censurável”, com impacto “negativo no erário público”.
Num requerimento enviado ao executivo Regional (PSD/CDS-PP/PPM), o porta-voz e deputado único do PAN no parlamento açoriano, Pedro Neves, sustentou que o “Governo patrocina um evento que está em contraciclo mundial, que representa um ato de desespero do setor, que apenas sobrevive à custa do erário público”.
Em causa está, em concreto, o patrocínio da região ao 4.º Fórum Mundial da Cultura Taurina, a realizar no final do mês na ilha Terceira, aponta o partido.
O 4.º Fórum Mundial da Cultura Taurina vai decorrer de 24 a 26 de janeiro, na ilha Terceira, um evento internacional onde será debatido o futuro da Tauromaquia e conta com o apoio do Governo Regional, municípios de Angra do Heroísmo e Praia da Vitória, entre outras entidades.
Para o PAN/Açores, o fomento deste género de eventos constitui “um claro retrocesso nos esforços pela promoção do bem-estar animal e evolução da sociedade de acordo com os valores éticos e morais contemporâneos”.
“Por ano, mais de 19 milhões de euros dos contribuintes portugueses são destinados à tauromaquia”, criticou o PAN em comunicado.
O PAN/Açores questionou o valor das verbas provenientes do erário público regional que se destinam ao financiamento, direto e indireto, do setor, que “apenas sobrevive à custa dos apoios públicos, fazendo do Governo o principal responsável pela manutenção de um setor subsidiodependente”.
O partido manifestou, ainda, o seu repúdio e lamentou o fomento de solenidades cujo intuito “é delinear estratégias para perpetuar a sobrevivência de uma tradição que inflige sofrimento”.
Pedro Neves, citado na mesma nota de imprensa, exigiu “maior equidistância do Governo em relação ao ‘lobby’ da tauromaquia”, defendendo que o executivo “deve, no mínimo, assumir uma posição neutra, deixando de privilegiar uma atividade altamente dependente do orçamento público que não reflete a identidade açoriana e cuja legalidade é duvidosa perante o quadro legislativo vigente”, visto que colide “com todos os preceitos legais de bem-estar animal”.
Apesar das “falsas afirmações públicas de que as críticas à tauromaquia estão a diminuir, a realidade é que a oposição a esta prática assiste a um severo crescimento, especialmente entre os mais jovens, que rejeitam a normalização da violência animal, porquanto, é inegável o movimento mundial abolicionista desta prática”, acrescentou o partido.